Chegar aos 64 pontos parece ser um carma para o Inter. Teve duas chances em casa para chegar à marca, contra Ceará e CRB, mas não conseguiu. Nesta sexta-feira, a torcida atendeu o chamado do clube: foram mais de 25 mil presentes no Beira-Rio e, mesmo assim, o time não saiu do 0 a 0 contra o 16° colocado da Série B. O acesso matemático não veio – e nem virá contra o Luverdense na segunda-feira.
Guto Ferreira comemorou os retornos de Damião e Dourado e devolveu Winck à titularidade, mas perdeu Danilo Silva, com um desconforto na coxa. Léo Ortiz voltou à defesa. Apesar dos reforços, o time não teve criatividade para vencer uma retranca bem organizada do adversário. A explicação para o resultado foi a ansiedade. Jogadores e comissão técnica justificaram a falta de vitórias pela pressa em definir o resultado.
– Não tem como negar que não exista uma ansiedade, mas de todos, o menos ansioso deve ser eu. Isso se reflete nos passes do último terço do campo, que faltava o acerto, principalmente contra um time fechado – analisou Guto Ferreira.
Damião foi na mesma linha:
– Talvez tenha faltado um pouco de calma para levantar a cabeça na linha de fundo e olhar para quem vinha entrando.
O vice de futebol Roberto Melo lamentou o resultado, mas agradeceu à torcida pelo apoio na partida:
– Não estamos contentes, nem a direção, nem os jogadores, nem a comissão técnica. Vamos trabalhar mais até para recuperar a gordura que tínhamos acumulado.
Para o próximo jogo, Sasha é a dúvida. Ele deixou o campo no intervalo alegando dores e será reavaliado neste sábado, quando a equipe se reapresenta para viajar ao Mato Grosso à noite. O meia-atacante, que completou 150 jogos pelo Inter na sexta, pode dar lugar a Camilo ou Nico López.
Retrancão e poucas chances
Contra o CRB, o Inter teve um retrancão pela frente. Por isso, ensaiou uma pressão nos primeiros minutos. Foram quatro conclusões e um gol anulado: D’Alessandro cobrou falta para a área, Pottker cabeceou, a bola passou entre as pernas do goleiro Edson Kölln e Cuesta empurrou para a rede. O gol foi invalidado por impedimento. Pouco mais tarde, o argentino bateu outra falta, que o goleiro espalmou. E a cena se repetiu com Edenilson, com nova defesa de Edson.
Se os 20 minutos iniciais foram de pressão, os 20 minutos seguintes foram de escassez de oportunidades e criação. Dominado pela marcação do CRB, o Inter não conseguiu chegar com força.
Guto mudou o time no intervalo: Nico López no lugar de Sasha. Apesar do ímpeto, o uruguaio sozinho não conseguiu mudar o panorama do jogo. O time insistia em jogadas com pouca criatividade e apostava em uma pressão desorganizada. Recuado, o CRB torcia por um contra-ataque. Ele veio aos 15. Danilo Pires chutou cruzado, a bola sobrou para Tinga bater. Danilo Fernandes fez um milagre.
Com esse cenário, Guto Ferreira fez a segunda troca: Camilo por Pottker. Nico ficou mais à frente. Nos minutos finais, no desespero, o Inter se atirou para o ataque buscando a vitória. Aos 50, em escanteio, a bola sobrou limpa para Cláudio Winck. Sozinho, diante do gol, ele cabeceou por cima. Era a última chance para quebrar o 0 a 0 e minimizar uma atuação fraca.
Ao final, houve vaias. Os jogadores retribuíram com aplausos. Ao menos, não teve reprise da reprimenda à torcida vista no final da derrota para o Ceará.