Depois de adiamento, mudança de país e a tensão com os novos casos de covid-19, o Grêmio enfrentará o Independiente del Valle nesta sexta-feira (9), às 19h15min, no estádio Defensores del Chaco, em Assunção, no Paraguai, na abertura do confronto válido pela última etapa preliminar da Libertadores. Um pouco antes, no começo da tarde, o Tricolor vai conhecer no sorteio da Conmebol seus futuros adversários na competição caso avence para a fase de grupos. Se perder o duelo com os equatorianos, o clube gaúcho irá para a Copa Sul-Americana, que também terá as chaves conhecidas nesta sexta.
Os problemas gremistas começaram antes da viagem para o Equador. Na madrugada de domingo para segunda-feira, o técnico Renato Portaluppi sentiu sintomas de covid-19 e sequer embarcou. Já em Quito, o lateral-direito Vanderson e o goleiro Paulo Victor também testaram positivo para a doença, o que levou o governo local a impedir a delegação brasileira de deixar o hotel para realizar seu treinamento. Faltando menos de 24 horas para a bola rolar no Estádio Casa Blanca de Quito, a Conmebol anunciou o adiamento e a transferência da partida entre Grêmio e Independiente del Valle para Assunção.
O Tricolor ainda passou por novos problemas antes da viagem para o Paraguai quando Victor Ferraz e Emanuel sentiram sintomas de covid-19. O auxiliar Alexandre Mendes, assim, ficou sem nenhum lateral-direito de ofício a sua disposição. Na tarde de ontem, Felipe embarcou para o Paraguai em voo fretado acompanhado do lateral-esquerdo Guilherme Guedes e do atacante Luiz Fernando.
— Foi uma semana meio tensa, mas todo mundo nos passou tranquilidade aqui. O pessoal da direção e da saúde nos passaram confiança e penso que todo mundo está preparado. O elenco do Grêmio é grande, tem jogadores importantes e acredito que estamos todos preparados apesar de tudo. Ficamos mais tensos pelos casos positivos do Paulo Victor e do Vanderson, mas acredito que vão ficar bem. Está todo mundo focado no jogo — afirmou o zagueiro Ruan na entrevista coletiva oficial da Conmebol de véspera de partidas da Libertadores.
Depois de enfrentar tantos problemas, o Grêmio também tem vantagens com a alteração de local, principalmente porque o jogo saiu da altitude, tão favorável para o Independiente del Valle. Confira prós e contras dos acontecimentos da semana para o time que irá a campo no Defensores del Chaco nesta noite.
PONTOS A FAVOR
1) Jogo sem altitude
A principal vantagem do Grêmio foi a saída do jogo da altitude de 2,8 mil metros de Quito. Ainda que não seja uma altura tão temida quanto a de La Paz, por exemplo, de 3,6 mil metros, na capital equatoriana já é sentido os efeitos em jogos de futebol. O primeiro é a diminuição da entrada de oxigênio em cada respiração, o que causa uma queda no fornecimento de energia para as células dos músculos do jogador. Outra é na velocidade da bola, que circula de forma mais rápida pela menor resistência no ar.
2) Del Valle fora de casa
Além de não precisar enfrentar a altitude, costumeira adversária extra para clubes brasileiros, o Tricolor terá um campo neutro para encarar o Independiente del Valle, sempre forte em sua casa. Nesta temporada, o time equatoriano venceu os três jogos que fez como mandante – dois pelo Campeonato Equatoriano e um pela Libertadores. As duas vitórias conquistadas fora de casa pelo Del Valle também foram na altitude. Elas aconteceram sobre o Aucas, de Quito e o Técnico Universitario, de Ambato, cidade que a fica a 2,5 mil metros de altura.
3) Possibilidade de contar com Felipe
Quando Victor Ferraz sentiu sintomas de covid-19, Vanderson já tinha sido constatado com a doença causada pelo novo coronavírus. Em razão disso, o Grêmio ficou sem nenhum lateral-direito de ofício no Equador para a partida na data inicial de quarta-feira. O adiamento para hoje permitiu ao clube providenciar a viagem de Felipe para Assunção. O lateral-direito de 21 anos poderá até mesmo iniciar a partida em uma oportunidade para mostrar que pode ser opção para Renato ao longo da temporada. O lateral-esquerdo Guilherme Guedes e o atacante Luiz Fernando também reforçaram a delegação em Quito.
PONTOS CONTRA
1) Semana sem treinar
Os contratempos enfrentados não permitiram que o Grêmio treinasse por três dias. A equipe teve inicialmente cancelada a atividade de segunda-feira, em Quito, e passou a terça e a quarta-feira envolvida com a viagem do Equador para o Paraguai, o que permitiu apenas trabalhos dentro de hotéis. Apenas ontem à tarde, o elenco gremista fez um treinamento no campo. A treinamento foi realizado no Estádio Tigo Manuel Ferreira, do Olimpia.
2) Uma nova viagem
A alteração do local da partida obrigou a delegação do Grêmio a uma segunda viagem para um terceiro país na semana. Os jogadores percorreram quase nove mil quilômetros de avião em um período de três dias. Já o Independiente del Valle precisou fazer apenas a viagem de Quito a Assunção. A equipe havia jogado no sábado em Guaiaquil, a apenas 440 quilômetros da capitão equatoriana.
3) Tensão por novos casos
Antes de Victor Ferraz e Emanuel apresentarem sintomas e Vanderson e Paulo Victor terem tido confirmadas as contaminações por covid-19, o Grêmio já tinha outros três casos positivos nos últimos dias: o técnico Renato Portaluppi, o zagueiro Paulo Miranda e o preparador físico Reverson Pimental. A situação gerou um temor de um surto no vestiário tricolor. Ontem, esse receio diminuiu um pouco com a confirmação de resultados negativos em todos os testes realizado na chegada a Assunção.