A venda de Everton para o Benfica, de Portugal, abre uma lacuna no banco de reservas do Grêmio. Isso porque a titularidade será de Pepê, antigo talismã do técnico Renato Portaluppi, que vinha sendo trabalhado para assumir a vaga de Cebolinha.
O trabalho da direção gremista, agora, é encontrar o reserva de Pepê. Até mesmo por isso, foi anunciada na terça-feira (11) a contratação do polivalente Robinho, ex-Cruzeiro, que pode jogar aberto. Além dele, o clube estuda a possibilidade de trazer Everton, do São Paulo, em uma troca que levaria Luciano à equipe paulista.
Para a posição, o clube também tem dois jovens de 20 anos que estão emprestados: Léo Chú, que está no Ceará, e Jhonata Robert, repassado inicialmente ao Cruzeiro, mas que está a caminho do Famalicão, de Portugal. Nenhum deles, no entanto, deve ser aproveitado por Renato Portaluppi nesta temporada. Há, ainda, Ferreira, de 22 anos. Este é considerado o mais pronto para ficar na reserva, mas está em litígio com o clube após problemas na renovação de contrato e treina com o grupo de transição.
Outro que volta e meia aparece como opção no banco de reservas é Guilherme Azevedo, 19 anos. Mas o guri, que já treinou com a Seleção Brasileira de Tite e tem multa rescisória de R$ 360 milhões, costuma atuar pela direita, já que é canhoto e seguidamente corta para o meio para finalizar.
No médio prazo, porém, o Grêmio trabalha outros dois jovens para seguirem a linha sucessória de Pedro Rocha, Everton e Pepê pelo lado esquerdo do ataque: Elias e Léo Fenga, ambos de 18 anos. O primeiro já está no chamado grupo de transição, última etapa do processo de formação antes de ser entregue aos profissionais, e foi apontado até mesmo pela CBF como uma promessa tricolor.
"Elias ganhou o prêmio Dener de gol mais bonito na Copinha no vice-campeonato gremista deste ano e foi o artilheiro do clube na competição, com seis gols marcados. Um desses tentos foi decisivo para levar o tricolor gaúcho para a final do torneio, no jogo contra o Oeste, vencido por 1 a 0. Elias pode despontar como mais uma grande revelação das categorias de base do Grêmio, que nos últimos anos já apresentou talentos como os de Matheus Henrique, Jean Pyerre, Everton e Pepê", destacou o site da confederação.
Como características principais estão o drible e a explosão. De acordo com o técnico Guilherme Bossle, que comandou Elias na Copa São Paulo deste ano, trata-se de um jogador de último terço de campo, com enorme capacidade física:
— Tem o um contra um muito bom, uma finalização potente, mas a principal virtude é o drible veloz. Quando bota a bola na frente, deixa a equipe em plenas condições.
O aproveitamento de Léo Fenga ainda é pensado mais para o futuro. Ainda no sub-19 do clube, o atacante não é tão rápido quando Everton, Pepê ou Elias. No entanto, destaca-se pela boa movimentação e precisão no acabamento das jogadas.
— Tem uma técnica muito apurada, lê muito bem o jogo. A principal característica dele é o poder de finalização, de perto e de dentro da área. Lembra o Jonas um pouco. Não é veloz, mas também não é lento. Ele joga mais como segundo atacante, ele trabalha nas duas (pela beirada e como centroavante) — afirma Douglas Rodrigues, técnico do sub-17 do Grêmio e que trabalhou por três anos com o garoto.
Assim, olhando para a necessidade imediata e para a formação de jovens que podem trilhar o caminho dos companheiros já consagrados, o Grêmio busca manter a linha de formação que vem dando tão certo nos últimos anos. Para, quem sabe, revelar nos Evertons e Pepês.