Após uma negociação cercada de complexidade, em que as conversas entre Grêmio e Benfica se estenderam por semanas, finalmente o martelo foi batido. No início da madrugada desta terça-feira (11), a direção tricolor deu o aval para que o jogador pudesse embarcar para Portugal. Começava, então, a segunda parte da transferência — e não menos complicada.
Por conta da pandemia de coronavírus, viajar à Europa passou a ter uma série de exigências. Como a equipe portuguesa já iniciou sua pré-temporada nesta segunda, o atacante corre contra o tempo para se apresentar o quanto antes ao técnico Jorge Jesus.
Exames
Devido aos altos números de contágio de covid-19, a União Europeia se fechou para turistas brasileiros. Para ingressar em território português, a pessoa precisa atender a alguns pré-requisitos exigidos pelo governo local.
— Não pode vir a turismo para cá. Precisa ter visto de residência, vir com trabalho certo ou ser agregado familiar de alguém. Tem uma lista de exceções que permitem a entrada. Mas ele (Everton) não vai ter problema para vir, porque tem contrato de trabalho e entra no campo destas exceções — explica o jornalista Lucas Rohan, que vive na capital portuguesa.
No entanto, o jogador ainda precisa comprovar que não está contaminado com o vírus. Por isso, foi submetido a um exame PCR, tendo 72 horas para embarcar. Como as conversas já estavam muito avançadas, Everton realizou um primeiro teste ainda no sábado (8), ficando de fora até mesmo da estreia no Brasileirão. Entretanto, o negócio se arrastou por mais alguns dias, e uma nova testagem teve de ser realizada na tarde desta segunda-feira. Por fim, um terceiro exame será feito já em Portugal para confirmar o resultado negativo.
Estas medidas rígidas fazem com que o profissional não precise ficar em quarentena ao chegar ao novo país. Na Inglaterra, por exemplo, que se retirou da União Europeia recentemente, qualquer pessoa que chegue de um outro país teria de permanecer isolada por alguns dias.
Voo particular
Tantas exigências sanitárias impedem que Everton viaje a Portugal acompanhado dos familiares. Neste primeiro momento, ele estará apenas com os empresários. Além de Márcio Cruz, agente que cuida de sua carreira, o atacante chegará ao Estádio da Luz ao lado de Giuliano Bertolucci, agente que intermediou a transferência.
A participação de Bertolucci, aliás, não se dará apenas na negociação. Com os voos diretos de Porto Alegre para Lisboa cancelados desde o início da pandemia, em março, o jogador viajará para São Paulo no avião particular do empresário. De lá, ambos iniciarão a última etapa do trajeto rumo à capital portuguesa, onde Everton é aguardado ansiosamente pelos benfiquistas.
