Ao comentar sobre as negociações com o atacante Everaldo, atualmente no Kashima Anthlers, após a vitória contra o Fluminense na estreia do Brasileirão de 2020, o técnico Renato Portaluppi voltou a fazer críticas a um suposto vazamento das informações de dentro do Grêmio.
— Infelizmente, tem notícias que saem de dentro do clube, mas não deveriam. Tem gente que gosta de falar. Já falei pra vocês que precisamos de mais dois ou três atacantes. Espero que as pessoas aqui no Grêmio fechem a boca. Se tiver que dá a notícia, que dê o treinador, então. Acho que o segredo da coisa é fazer em silêncio, mas tem gente que coça a língua — desabafou.
Essa não foi a primeira vez em que o treinador gremista aproveitou entrevistas coletivas para desabafar sobre vazamentos dentro da direção do Tricolor. Nas últimas quatro temporadas, Renato Portaluppi já reclamou pelo menos outras duas vezes sobre o vazamento de contratações e informações de dentro do vestiário.
Relembre as situações
O x-9 na questão Luan
Ainda em meio a temporada de 2017, o nome do atacante Luan era constantemente ventilado para reforçar clubes europeus. Em uma dessas negociações da novela do atacante, o treinador aproveitou a oportunidade dos microfones e reclamou do vazamento de informações. As declarações foram dadas horas depois de um encontro entre representantes do Grêmio com o Atlético de Madri, na Espanha.
— Está chato porque tem gente que não se aguenta com a língua. Aí fica muito chato, muito. O importante é que tenho falado com o jogador e ele está com a cabeça aqui. Essa novela está chata por causa desse chato. Quando morrer, ele vai ter um caixão para o corpo e outro para a língua. Ele não consegue calar a boca. Muito chato. Tem a língua maior que o corpo. Vocês devem saber quem é o chato, o linguarudo. O tal X-9. Esse aí é o chato — declarou, à época.
A negociação envolvendo o camisa 7 acabaria não saindo naquele ano. Luan permaneceu no Tricolor e foi um dos principais nomes do clube na conquista do tricampeonato da Libertadores. O atacante acabaria deixando o Grêmio no começo de 2020 para defender o Corinthians.
O atrito com o CEO
Logo depois da derrota para o Flamengo na Arena por 1 a 0 pelo Brasileirão, em 2019, Renato Portaluppi ainda não havia renovado seu contrato para 2020 e condiciou a sua permanência a não diminuição de investimentos para reforçar o time.
— Sobre minha permanência ou não, não vou falar nisso? O cinto não vai se abrir muito, mas posso dizer que ele não vai se fechar muito, não. Está parecendo que o cinto vai se fechar, mas não vai. A não ser que alguém chegue aqui e diga que vai fechar, mas aí eu respondo 'não cobrem'. Não vamos abrir o cinto demais, como Flamengo e Palmeiras, mas posso garantir que não vai fechar muito. Se fechar, podem encontrar outro treinador. Eu nasci para vencer e vou fazer meu grupo vencedor. Para fazer isso, tenho que ter grupo vencedor — disse.
Por trás do ultimato do treinador havia uma divergência com o CEO do Tricolor Carlos Amodeo em relação à perda de recursos para reforçar o time para 2020 e também a meta de diminuir a folha salarial do clube para esta temporada. A relação do dirigentes com os outros membros do departamento de futebol também haviam ruído e o CEO se encontrava sozinho, tanto que Renato passou a não tratar sobre sua renovação com Amodeo.