Sobrou frustração pelo empate cedido ao final e preocupação pelas lesões de Jael e Everton no Grêmio após o 1 a 1 com o Flamengo na noite desta quarta-feira. Também não faltaram cobranças ao grupo. Na saída de campo, o técnico Renato Portaluppi mostrou toda sua irritação com o resultado ao gritar, no caminho ao vestiário, a seguinte frase:
— Será que é tão difícil segurar a bola lá na frente?
Depois, em sua entrevista pós-jogo, Renato tentou buscar palavras para explicar a reação dos cariocas. O Flamengo saiu da Arena com gosto de vitória pelo gol marcado por Lincoln aos 48 minutos do segundo tempo.
Com volúpia ofensiva, o Flamengo empurrou o Grêmio para seu campo de defesa nos minutos finais. Para Renato, isso ocorreu por três fatores. Primeiro: ao substituir Everton, com problemas musculares, perdeu o desafogo ao ataque. Segundo: com a torção de tornozelo de Jael, seu time não conseguiu reter a bola na frente. Terceiro: Marinho não conseguiu se encontrar em campo.
— O que aconteceu foi que perdemos o Everton, com quem tínhamos uma saída rápida. O Marinho não estava em uma noite boa, se sentiu perdido pela esquerda. Também perdemos o Jael e ficamos com um a menos, ele estava com o tornozelo inchado. Senão, a história seria diferente. Nosso primeiro tempo foi melhor, mas, levando gol faltando um minuto, fica o gostinho da derrota — disse Renato.
Ainda assim, para o treinador, faltou malandragem de seus jogadores para segurar o resultado nos minutos finais.
— Quando o quarto árbitro levanta a placa, é hora de segurar a bola lá na frente. Disse isso ao meu grupo. Mas, como o Jael estava com tornozelo inchado, a bola ia a voltava. Faltou alguém para segurar a bola na frente, cavar falta e escanteio para que a gente pudesse respirar — disse.
O treinador também defendeu o planejamento de poupar jogadores e também o trabalho da preparação física do Grêmio. Na avaliação de Renato, o empate também passou pela competência do adversário em saber aproveitar o momento de dificuldade de sua equipe.
— A qualidade do Flamengo não se discute, jogadores em nível de Seleção e de grande inteligência. Eles cresceram com um jogador a mais e prensaram a gente — disse, antes de completar:
— Estamos trabalhando da melhor forma. Tem que preservar, os jogadores não são robôs. Poupamos o Everton e ele sentiu, imagina se colocar toda hora. Vai acontecer com os outros também. O Grêmio enfrentou o líder do Brasileirão. Nosso time foi melhor em 45 minutos e eles nos outros 45. Foi justo pelos 90 minutos. Agora tudo se decidirá no Rio.
O vice de futebol Duda Kroeff também falou sobre a frustração que sentiu pelo empate sofrido nos minutos finais. O dirigente também defendeu o trabalho da comissão técnica na questão física. Mas se disse preocupado com as lesões no elenco.
— O que pode nos tirar títulos são as lesões. Nosso trabalho está sendo bem feito, mas também precisamos ter um pouco de sorte. A gente sabe que lesões acontecem, mas isso envolve sorte também — disse Kroeff.