Próximo de ser anunciado como novo técnico do Grêmio, o português Pedro Caixinha tem reputação em seu país marcada por um título internacional com um clube pequeno e trajetória como auxiliar de José Peseiro, experiente comandante lusitano.
Após carreira como goleiro de equipes pequenas de Portugal, ele iniciou como treinador em 1999, passando por União de Santarém, Montemor, Oriental e Nacional da Madeira.
No Nacional, Caixinha entrou para a história do clube da Ilha da Madeira ao conquistar o troféu Ramón de Carranza, em 2012, ao superar o Rayo Vallecano. A sequência do destaque como técnico veio quando saiu do país, principalmente em sua vitoriosa passagem por Santos Laguna e Cruz Azul, no México.
— Ele é muito bem visto por aqui. Fez um bom trabalho no Nacional da Madeira e ganhou um torneio internacional contra o Rayo Vallecano, algo muito raro para um clube menor — aponta Rui Miguel Tovar, jornalista português.
Anos antes, Caixinha ganhou relevância como auxiliar de Peseiro no Sporting, em 2004. O time era conhecido como praticante de "futebol espetáculo" e ficou com o vice português e da Copa da Uefa (atual Liga Europa). A equipe tinha os ex-gremistas Anderson Polga, Tinga e Fábio Rochemback.
Juntos, Caixinha e Peseiro também comandaram Al-Hilal, Panathinaikos, Rapid Bucarest e a seleção da Arábia Saudita. Durante a passagem pelo selecionado asiático, o futuro treinador gremista também atuou como analista de adversários para José Mourinho, na época comandante da Inter de Milão. Não havia vinculo com o clube italiano, apenas uma relação de amizade com o famoso comandante português.
Caixinha conquistou todos os títulos de sua carreira no México. Pelo Santos Laguna, ganhou o Apertura 2014, o Clausura 2015 e o troféu de Campeão dos Campeões. Quatro anos mais tarde, no comando do Cruz Azul, ergueu a Copa e a Supercopa do México.
— A carreira como treinador principal em Portugal é muito curta. Os grandes sucessos da sua carreira aconteceram no México, num contexto onde quase nada chega cá, e no Brasil, onde, aí sim, já foi mais seguido — analisa Luís Cristóvão, comentarista do Canal Antena 1.
Em Portugal, o interesse do Grêmio foi destaque no jornal A Bola na última terça-feira (17), com a manchete: "Pedro Caixinha equacionado por histórico brasileiro".
— Portugal tem Mourinho e Jorge Jesus. Agora também Abel Ferreira e Artur Jorge, nomes muito mais badalados. Caixinha não, pois não teve um trabalho tão relevante no país — complementou Tovar.
No jornal Record, por outro lado, a última notícia foi de sua saída do Bragantino, em outubro.