O Grêmio tenta um acordo com o Inter para que os dois Gre-Nais do Brasileirão sejam disputados em campo neutro. Se a proposta for aceita, o Tricolor pretende mandar o clássico do primeiro turno, no dia 22 de junho, no Maracanã, no Rio. Contudo, a direção colorada não pretende abrir mão de mandar o Gre-Nal do returno, em outubro, no Beira-Rio, o que torna o tema um ponto de divergência entre as direções.
Com a Arena indisponível por tempo indeterminado, o Grêmio pretende realizar o menor número de viagens possível. Depois do jogo do dia 13, contra o Flamengo, no Maracanã, o clube avalia, por exemplo, fixar uma base no Rio de Janeiro por aproximadamente 10 dias e, neste contexto, um Gre-Nal no Maracanã, com visibilidade nacional para arrecadação de doações, é visto como uma boa opção.
Contudo, antes de confirmar o local, a direção gremista tenta um acordo com o Inter para que o clássico do returno, previsto para o meio de outubro e de mando colorado, também seja disputado em campo neutro, por uma questão de reciprocidade.
No lado colorado, porém, a posição atual é de que o clássico do segundo turno deveria ser disputado no Beira-Rio, caso o estádio esteja recuperado dos danos sofridos na enchente. O defendido pelos dirigentes nos bastidores é retribuir a fidelidade do associado, que, mesmo com as adversidades, segue colaborando com o clube. Por isso, em um primeiro momento, a hipótese de o Gre-Nal do returno ser em campo neutro está praticamente descartada.
O Grêmio, por sua vez, avalia que, se apenas o Gre-Nal do primeiro turno, de mando tricolor, ocorrer em campo neutro, haverá um desequilíbrio técnico. Logo, se a direção colorada não aceitar o acordo proposto, o Tricolor deverá decidir o local do clássico do dia 22, prioritariamente, com base na logística.
Como a rodada anterior ao Gre-Nal, no dia 19, é no Ceará, contra o Fortaleza, o Grêmio não vê com bons olhos a ideia de jogar o clássico em solo gaúcho — sem ser na Arena — em virtude do longo deslocamento do Nordeste ao Rio Grande do Sul. Além disso, como o Inter joga a rodada anterior em casa, contra o Corinthians, há também a ideia de que o adversário teria vantagem na questão logística caso o clássico ocorresse, por exemplo, em Caxias do Sul ou em Santa Catarina.
Nesta hipótese, o Grêmio avalia mandar o Gre-Nal no Castelão, em Fortaleza, para seguir na capital cearense após o jogo do dia 19 contra o Fortaleza, adotando o mesmo planejamento feito em Curitiba e que também é tentado para o Rio de Janeiro em junho.
Já o Inter defende que os Gre-Nais devam ocorrer na sede mais próxima possível a Porto Alegre. Sobre um eventual desequilíbrio técnico, os dirigentes colorados lembram nos bastidores de uma situação semelhante ocorrida nos clássicos da Libertadores de 2020, quando o primeiro confronto, na Arena, teve estádio lotado e o segundo, de mando do Inter, ocorreu com portões fechados, em virtude da pandemia.
O fato é que o local dos Gre-Nais do Brasileirão 2024 virou um ponto de debate entre os dois clubes. Mas, conforme apurado por GZH, apesar dos pensamentos divergentes, as conversas entre as direções sobre o tema vêm ocorrendo de forma civilizada, e os dois clubes seguem, inclusive, negociando em conjunto um apoio maior da CBF, assim como ambos mantêm aberta a possibilidade de empréstimo do CT Luiz Carvalho ao Inter e do estádio Beira-Rio ao Grêmio, quando houver a liberação das duas estruturas.