Em busca de um novo treinador no mercado, o Grêmio sondou a situação de Thiago Carpini, de boa campanha à frente do Vitória nesta temporada. Segundo o presidente do clube baiano, Fábio Mota, o Tricolor consultou a multa rescisória do técnico, mas não avançou em uma proposta para contratar Carpini, que tem contrato com o Leão até o fim de 2025 após renovar o vínculo depois do Brasileirão.
Foi com o comando do treinador de 40 anos que a equipe baiana terminou o campeonato em 11º lugar, com dois pontos a mais que o próprio Grêmio. Ele chegou a Salvador em maio e conseguiu manter o time na Série A, garantindo uma vaga na Sul-Americana do ano que vem.
— Carpini fez tão bem ao Vitória quanto o Vitória fez tão bem a Carpini. Não fica preso apenas em uma formação. Ele monta o vitória de acordo com o adversário. Ele é conhecido pela ousadia. Os times dele costumam tomar poucos gols. Prova disso é que o Vitória, que até então tinha a pior zaga do campeonato, evoluiu muito. E o Vitória teve uma sequência de cinco jogos seguidos sem tomar gol. É um treinador que, na minha opinião, é uma realidade para o futebol brasileiro hoje — conta Eduardo Serra, setorista do Vitória.
Em entrevista ao canal do Duda Garbi, Carpini explicou que gosta de ter um time que tenha a posse de bola e que busque o gol a todo instante.
— Organizando a parte defensiva, começo a me organizar ofensivamente. Sou de uma linha que gosta de jogo de posse, de pé em pé, de construção, não de bola em disputa, não de tiro de meta toda hora. Ficando mais com a bola, a gente começa a controlar mais o jogo e começa a criar alternativas para jogar — afirmou.
Modelo de jogo no Vitória
A campanha construída no Vitória, no entanto, foi feita com um esquema tático diferente, não tendo tanto a bola, mas sabendo sair em velocidade nos contra-ataques, conforme explica Rodrigo Coutinho, analista tático do Grupo Globo.
— O principal era o ajuste defensivo, de ter setores bem próximos, de variar muito o esquema tático. Sempre com a mesma ideia de marcar um bloco médio ou baixo, raramente adiantar o bloco de marcação e tentar sair em velocidade, explorando a velocidade do jogador isolado de campo ou do Alerrandro, que é um jogador que é alto, é centroavante, mas ele ataca muito bem as costas da defesa adversária.
Trajetória de Thiago Carpini
Para chegar à Série A do Brasileirão, Carpini teve um trabalho em especial que chamou a atenção do Brasil inteiro. Ainda em 2023, conduziu o desconhecido Água Santa à final do Paulistão. O vice-campeonato fez com que o Juventude contratasse o treinador para a Série B daquela temporada. O treinador assumiu o time da Serra na sétima rodada da Série B quando o clube estava fadado ao fracasso na competição. Pintado havia deixado o Ju na penúltima colocação da tabela, com apenas três pontos. Carpini chegou e conseguiu o acesso para a primeira divisão.
Antes, teve experiências em Guarani, Oeste, Inter de Limeira, Santo André, Ferroviária e Água Santa, todos clubes do futebol paulista. Voltou a São Paulo no começo deste ano quando foi contratado pelo Tricolor Paulista. Depois de ser campeão da Copa do Brasil com Dorival Júnior, o time do Morumbi viu a Seleção Brasileira contratar Dorival e optou pela jovem promessa para comandar a equipe em 2024.
Até teve um começo empolgante, ao conquistar a Supercopa do Brasil nos pênaltis contra o Palmeiras. No entanto, foi demitido pelo São Paulo após duas derrotas consecutivas no Brasileirão — Fortaleza e Flamengo. À frente do Tricolor, foram 18 partidas, sete vitórias, seis empates e cinco derrotas.
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