Manter uma reserva financeira para a demissão é essencial, mas é igualmente importante administrar o dinheiro com sabedoria. Consultores financeiros aconselham quem perdeu o emprego a fechar a torneira dos supérfluos, reduzir despesas com lazer e alimentação fora de casa e colocar foco total no que é essencial.
— É preciso priorizar o fundamental nesse período. Alguns gastos que devem ser repensados são TV por assinatura, contas altas com celulares, baladas e idas a restaurantes, por exemplo — explica Reinaldo Domingos, presidente da DSOP Educação Financeira.
Faturas caras, como consórcios, financiamento imobiliário, parcela de automóvel e pagamento de carnês, que podem murchar rapidamente o colchão de segurança, devem ser renegociadas com bancos e financeiras, pedindo a diluição da dívida em mais prestações ou mesmo postergando algumas parcelas. É preciso ser transparente nesta abordagem, explicar a dificuldade financeira e deixar claro que a renegociação é uma condição importante para não se tornar inadimplente.
Quitar dívidas com o valor da rescisão é aparentemente uma boa ideia, mas antecipar pagamentos pode ser um erro. Se usar muito desse dinheiro, a pessoa cai na armadilha de ficar sem receita para cobrir os gastos à frente.
O consultor financeiro Adriano Severo, do GuiaInvest, aconselha quem perdeu o emprego a refazer todo o seu planejamento financeiro, dividindo o total de dinheiro guardado por pelo menos 12 meses e limitando os gastos a um teto estabelecido. Neste contexto, terá de escolher as despesas a serem enxugadas, de forma a dar vida mais longa às suas economias.
Cinco dicas para organizar as contas
- Faça um novo orçamento mensal mais enxuto, limitando gastos com lazer e pedindo o apoio da família para reduzir despesas diárias.
- Renegocie as dívidas de longo prazo, como financiamentos e consórcios, pedindo adiamento de parcelas sem implicar aumento nos juros.
- Não use sua reserva e a verba de rescisão para fazer investimentos: garanta dinheiro na mão para pagar contas.
- Analise e reduza gastos familiares e individuais não essenciais, como TV por assinatura, mensalidades de clube e pacote de celular.
- Fuja de empréstimos em bancos e financeiras, do cartão de crédito e do cheque especial, pois não há garantia de quando você terá um novo emprego. Se precisar de dinheiro, converse com amigos e parentes.