Ministro da Educação, Abraham Weintraub receberá reitores, na tarde desta terça-feira (16), para apresentar o programa Future-se, que tem o objetivo de fortalecer universidades e institutos federais. Antes, ainda pela manhã, detalhes do projeto serão divulgados aos demais ministros da Esplanada, em Brasília.
Na manhã de quarta-feira (17), no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), será a vez de a imprensa conhecer os planos da administração do presidente Jair Bolsonaro (PSL) para as entidades públicas de Ensino Superior, durante um café da manhã.
"Future-se, o nome da libertação das universidades federais", descreveu Weintraub na manhã desta terça em seu perfil no Twitter, destacando que a novidade já foi aprovada por muitos. O titular do Ministério da Educação (MEC) aproveitou para dar uma alfinetada nos jornalistas: "Será que teremos novamente um tsunami de fake news?"
Em resposta a rumores de que universidades federais passariam a cobrar mensalidades de seus alunos de graduação, Weintraub postou esclarecimentos na mesma rede social no último domingo (14): "Dia 17 apresentaremos a reformulação das universidades federais, que continuarão públicas e os estudantes NÃO pagarão pela graduação como hoje. Haverá mais liberdade para pesquisa e trabalho!", afirmou.
"Não há privatização alguma! Teremos um modelo moderno, que nos aproximará da Europa, Canadá, Israel, Austrália, EUA etc. A adesão das universidades será voluntária, permitindo separar o joio do trigo... As que quiserem ficar no atual modelo, poderão ficar...", continuou. "A graduação não será paga pelos alunos das federais. Manteremos a situação atual (pagadores de impostos), porém, a rápida deterioração das contas vista nos últimos anos será interrompida. Há avanços maiores e menos polêmicos que serão apresentados dia 17... Não percam...", finalizou, com um emoji com uma piscadela.
Desde o início de sua gestão, Weintraub tem sido alvo de críticas e protestos por conta de declarações polêmicas e do corte de verbas a universidades federais. Economista formado pela Universidade de São Paulo (USP) e mestre em administração pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o ministro começou segurando dinheiro que iria para a Universidade de Brasília (UnB), a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Universidade Federal da Bahia (UFBA), classificadas como de baixo rendimento.
— Universidades que, em vez de procurar melhorar o desempenho acadêmico, estiverem fazendo balbúrdia, terão verbas reduzidas — declarou o titular da pasta ao jornal O Estado de S. Paulo no final de abril.
— A universidade deve estar com sobra de dinheiro para fazer bagunça e evento ridículo — completou.
A crise se agravou quando o governo anunciou um bloqueio de R$ 7,4 bilhões, e cerca de 30% do orçamento discricionário (referente a gastos com água, luz, limpeza e bolsa de auxílio a estudantes) das federais foi atingido. Conforme o governo, as despesas discricionárias correspondem a 20% do orçamento total das entidades — foi sobre esses 20%, portanto, que o MEC aplicou um bloqueio de 30%, o que correspondeu a R$ 1,7 bilhão congelados. A suspensão deve se manter, segundo o ministro, até que o cenário econômico melhore.
A medida levou milhares de pessoas às ruas em todo o país em manifestações pela Educação. Após os protestos, o governo chegou a descontingenciar parte da verba, mas não foi detalhado se o recurso liberado iria para as universidades.