Depois de anunciar cortes de 30% nas universidades federais e falar em balbúrdia nas instituições, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, classificou como "tragédia" o sistema de financiamento estudantil dos governos anteriores. O ministro participou na manhã desta terça-feira (7) de audiência pública na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) do Senado Federal. As informações são do jornal O Globo.
— É uma tragédia o financiamento estudantil. São 500 mil jovens começando a vida com o nome sujo — afirmou, fazendo alusão aos jovens que estão inadimplentes no Fies.
Weintraub criticou ainda que nas gestão anteriores a prioridade foi o Ensino Superior, sem dar o suporte necessário para as etapas da educação básica. Ele questionou ainda o modelo de funcionamento das universidades.
— Não podemos permitir que tenha consumo de drogas nos campi. Por que a polícia não pode entrar no campus de uma escola? — perguntou, dizendo que defende a autonomia universitária, mas que isso não significa soberania.
Ao ser questionado sobre o corte de 30% nas instituições federais, rebateu dizendo que todos estão "apertando o cinto no país".
— É sacrossanto o orçamento? Não podem economizar nem uma migalha? — questionou em relação ao fato de reitores de universidades públicas relatarem dificuldades para se manter com a redução dos repasses.
O ministro falou ainda sobre a produção científica do país, que considera de "pouca relevância". Como argumento, disse que apenas 13% da produção da área de ciências humanas e sociais recebem alguma citação em publicações estrangeiras.
Weintraub está há um mês no comando da pasta e participou da reunião desta terça-feira como convidado. Na plateia, houve protesto de representantes da União Nacional dos Estudantes (UNE) contra o corte de verbas nas instituições federais.