
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (21) a assinatura de um contrato com a empresa Boeing para uma nova geração de aviões de combate, batizados de F-47. O intuito é substituir as aeronaves F-22, em serviço há cerca de duas décadas.
— Não há nada no mundo que se compare a ele, e ele será conhecido como o F-47; os generais escolheram esse nome, e é um número bonito: F-47 — declarou Trump a jornalistas no Salão Oval da Casa Branca.
Introduzido em 2005, o F-22 conta com tecnologia que o torna furtivo e extremamente manobrável. Ainda não se conhecem as peculiaridades do novo F-47, mas Trump afirmou que ele será “quase invisível”, ainda mais manobrável e poderoso, além de ser capaz de voar “com muitos drones”, algo que “nenhum outro avião pode fazer”.

O presidente não quis revelar o valor dos aviões alegando motivos de segurança. Acompanhado pelo secretário de Defesa, Pete Hegseth, disse que a nova aeronave também serve como recado.
— Envia uma mensagem muito direta e clara para nossos aliados (...) e para nossos inimigos, afirmando que seremos capazes de projetar nosso poder em todo o mundo, sem restrições, para as gerações vindouras — disse.
Este anúncio representa uma oportunidade para a Boeing, que vem enfrentando uma profunda crise desde o ano passado devido a problemas de qualidade em sua produção e uma greve de mais de 50 dias que paralisou suas duas principais fábricas.
Logo após o anúncio, o valor das ações da Boeing subiu 4,78% na Bolsa de Valores de Nova York, para US$ 181,09.
“Quase invisível”
O programa americano para substituir os F-22 foi suspenso em 2024, durante o mandato do ex-presidente democrata Joe Biden, devido ao seu custo. A medida foi uma preocupação para Trump, que encarregou o bilionário Elon Musk de cortar drasticamente os gastos públicos por meio do Departamento de Eficiência Governamental (Doge).
A Escrituração de Orçamento do Congresso estimou em 2018 que as novas aeronaves de geração poderiam custar até US$ 300 milhões por unidade, valor muito superior ao de várias aeronaves atualmente em uso no arsenal americano.
Superioridade aérea
Um oficial da Força Aérea afirmou, no início deste mês, que um estudo realizado após a suspensão do programa de substituição dos F-22, chamado NGAD, destacou que “no futuro, a superioridade aérea é fundamental.”
— O que este estudo nos diz é que experimentamos muitas opções diferentes e que não há opção mais viável do que o NGAD para alcançar a superioridade aérea neste ambiente altamente contestado — afirmou o general de divisão Joseph Kunkel, em um evento no Colorado.