O Ministério da Educação (MEC) convocou reitores e pró-reitores de planejamento das universidades federais do país para uma reunião na próxima semana para apresentar uma proposta para "aumentar a autonomia financeira" das instituições, informa o jornal O Globo.
Ainda não há detalhes sobre quais serão os pontos específicos abordados, mas pessoas ligadas ao setor afirmam que o MEC pretende reduzir a participação da pasta no financiamento, fazendo com que as universidades busquem fontes alternativas de recurso. Uma delas é o estímulo a cursos de MBA que possam ser cobrados.
Na quinta-feira (11), ao anunciar o plano da pasta para a Educação Básica, o ministro da Educação , Abraham Weintraub , afirmou que lançaria "um projeto para reformular e libertar as universidades federais, para que elas atinjam o mesmo desempenho dos países de ponta, no mundo".
A relação de Weintraub com as universidades federais é ruim desde o início de sua gestão, quando o ministro afirmou em entrevista que cortaria recursos de instituições que, nas suas palavras, promovessem "balbúrdia ". A crise se agravou quando o governo anunciou um bloqueio de R$ 7,4 bilhões na Educação, e cerca de 30% do orçamento discricionário das federais foi atingido.
Conforme o governo, as despesas discricionárias correspondem a 20% do orçamento total das universidades - foi sobre esses 20%, portanto, que o MEC aplicou um bloqueio de 30%, o que correspondeu a R$ 1,7 bilhão congelados até que a economia melhore, argumentou Weintraub.
Os outros 80% da verba das federais, que incluem os salários de funcionários e pagamentos de aposentadorias, não entram na conta, ressalta o ministro.
A medida levou milhares de pessoas às ruas em todo o país em manifestações pela Educação e deflagrou uma das primeiras grandes crises de popularidade da gestão de Jair Bolsonaro. Após os protestos, o governo chegou a descontingenciar parte da verba, mas não foi detalhado se o recurso liberado iria para as universidades.