Depois das mobilizações no dia 15 de maio que levaram milhares de pessoas às ruas em mais de 150 cidades, estudantes e profissionais da Educação prepararam uma nova rodada de protestos para esta quinta-feira (30). O foco mais uma vez são os bloqueios de recursos feito pelo Ministério da Educação (MEC), que afetam principalmente as universidades e os institutos federais, além dos cortes em bolsas de pesquisa.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), uma das entidades que organiza os atos, diz que os protestos são contra os bloqueios na educação e contra a reforma da Previdência. Segundo a entidade, manifestações estão agendadas em pelo menos 13 capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Goiânia, Salvador, Curitiba, Fortaleza, Belém, Recife, Manaus, Natal e São Luiz. A programação está disponível no site da CNTE.
Na capital gaúcha, o ato está agendado para as 18h na Esquina Democrática. O DCE da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) é um dos organizadores do evento, assim como a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Gaúcha dos Estudantes (UGES), entre outras entidades. A Assufrgs (Sindicato dos Técnico-Administrativos de UFRGS, UFCSPA e IFRS) convocou a categoria para a concentração, marcada para 17h em frente à Faced, e depois para seguirem para a Esquina Democrática.
Segundo a assessoria de imprensa da UFRGS, a instituição funcionará normalmente na quinta-feira. O impacto nas aulas dependerá da adesão ou não dos professores ao ato.
A assessoria de imprensa do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) informou que adesão ao movimento é de livre escolha de servidores e estudantes e que cada campus tem autonomia para definir sobre o funcionamento. Assim, pelo menos dois deles - Campus Alvorada e Campus Restinga (Porto Alegre) - não irão funcionar na quinta. O Campus Feliz estará fechado, mas por motivo de feriado na cidade. A Reitoria e os campus Bento Gonçalves, Caxias do Sul, Veranópolis e Rolante irão abrir normalmente. Os demais ainda estão avaliando.
O Cpers Sindicato informou que não está organizando nenhuma mobilização para a data, mas orienta a participação dos trabalhadores nas ações. Em nota, a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) comunica que não tem nenhuma informação sobre paralisação de professores para o dia 30 de maio.
O bloqueio total de despesas do MEC anunciado inicialmente era de R$ 7,4 bilhões. Nas universidades federais, chegou a R$ 2 bilhões, o que representa 30% da verba discricionária (que não inclui salários, por exemplo). Na última quarta-feira (22), no entanto, o governo federal anunciou que vai usar R$ 1,58 bilhão de reserva orçamentária para desbloquear parte do dinheiro da educação que havia sido contingenciada.
Com foco na reforma da Previdência, entidades e sindicatos de trabalhadores programam uma paralisação para o dia 14 de junho no país.