Conforme antecipou GZH na quinta-feira (12), o Exército adiou para outubro a decisão sobre qual será a cidade-sede da nova Escola de Sargentos (ESA), um empreendimento estimado em R$ 1,2 bilhão. Santa Maria (RS), Ponta Grossa (PR) e Recife (PE) são as candidatas a receber a academia, que unificará o treinamento dos sargentos brasileiros, hoje formados em 13 unidades de ensino dispersadas pelo país.
Os prefeitos desses municípios e também os governadores dos Estados cotados para receber a escola foram avisados do adiamento.
A previsão é de que a escolha acontecesse após a Reunião do Alto-Comando do Exército (Race), que começou na quarta-feira (11), em Brasília, e termina nesta sexta-feira (13). Esse encontro está em sua 338º edição e ocorre, em média, seis vezes ao ano. Participam do evento os 16 oficiais-generais mais graduados da força. É aí que se debate o planejamento estratégico da corporação, a execução orçamentária e as práticas administrativas da instituição.
O general de divisão Joarez Alves Pereira Junior, do Departamento de Ensino do Exército, chegou a fazer uma exposição sobre as visitas realizadas aos três municípios cotados para abrigar a ESA. Ele visitou os locais, cada um com vantagens e desvantagens.
Santa Maria conta com um dos maiores contingentes militares do país, ampla rede de educação e saúde e aeroporto pequeno, mas com voos comerciais. Ponta Grossa (PR) também possui grandes efetivos do Exército, sobretudo blindados, mas um aeroporto sem voos comerciais no momento e uma infraestrutura de apoio à família militar bem menor doque a santa-mariense. Recife (PE), a terceira candidata, tem aeroporto internacional, estrutura militar de porte regional (sem destaques estratégicos) e as desvantagens viárias e estruturais características das metrópoles.
Após a exposição do general Joarez, os generais de Exército, mais graduados, se reuniram a portas fechadas para debater qual o local mais apropriado para a ESA. Mas a decisão está longe de um consenso e outros assuntos estão à espera no Estado-Maior, como a execução orçamentária. Por isso ocorreu o adiamento.
Caso o Estado-Maior tome um indicativo em outubro, a decisão ainda passará pelo comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira. E, possivelmente, pelo presidente Jair Bolsonaro.
O prefeito de Santa Maria, Jorge Pozzobon (PSDB), fez um pronunciamento no qual confirma o adiamento, mas se diz convicto de que sua cidade possui as melhores condições para sediar a academia. Ele foi informado de que os integrantes do Alto-Comando pediram mais tempo para analisar os relatórios do general Joarez.