É de otimismo o clima em relação à economia de Caxias do Sul em 2018. Os dados de janeiro, apresentados nesta terça-feira (13), mostram uma queda de 0,6% em relação a dezembro de 2017. A redução, puxada pelo comércio, é considerada normal - o setor tradicionalmente tem números positivos no último mês do ano em função das compras de Natal, enquanto o primeiro mês é complicado por causa do período de férias. Já a comparação de janeiro de 2018 com o mesmo mês de 2017 mostra crescimento de 28,6%. Esse também é o índice relativo ao acumulado do ano. Nos últimos 12 meses, a economia caxiense expandiu 8,1%.
Diante desses números e da recuperação que se desenha desde o ano passado, os especialistas apostam em um 2018 positivo para a economia caxiense. Na coletiva da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) e da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), todos os posicionamentos apontaram para o crescimento.
Para o assessor de economia e estatística da CDL, Mosár Leandro Ness, o percentual deve ficar acima dos 8% ao final de 2018. O economista afirma que a queda da taxa de juros deve ser um importante estímulo para investimentos.
O diretor de Economia, Finanças e Estatística da CIC Carlos Zignani projeta crescimento entre 5% e 10% para o ano. Na Indústria, ele avalia que a expansão ficará entre 15% e 20%. Um dos motivos é a previsão de expansão da indústria automobilística, o que favorece a cidade pela vocação para a produção de veículos pesados.
— O crescimento vai acontecer bem forte no primeiro semestre — projeta.
O segundo semestre terá eleições, o que traz uma possibilidade de maior instabilidade. Ainda assim, Zignani considera que nos últimos seis meses de 2018 a construção civil começará a se recuperar.
A base de comparação é fraca dos números de janeiro, já que os primeiros meses de 2017 foram altamente críticos para Caxias. O indicador acumulado de 12 meses, que mostra a situação a longo prazo, ficou positivo em setembro, depois de três anos no vermelho. Nos últimos cinco meses, esteve sempre em rota de ascensão.
— Com tranquilidade, a gente pode dizer que o pior ficou para trás — comemora o diretor de Economia, Finanças e Estatística da CIC Alexandre Messias.
Esse cenário deve trazer boas notícias também para os trabalhadores. Em janeiro, foram criadas 1.366 vagas de emprego formal. A expectativa é que a recuperação continue, especialmente na indústria. O principal setor da economia caxiense cresceu 9,5% no acumulado de 12 meses. A utilização da capacidade instalada em janeiro deste ano chegou a 75,6%, aumento de 5,5% em relação a fevereiro de 2017.
Para Messias, o número de empregados pode se aproximar ao de 2015, com 165.560 vinculados formalmente a empresas de Caxias do Sul. Em janeiro de 2018, eram 159.313.
Inadimplência
A inadimplência preocupa o comércio. Em janeiro de 2018, eram 76.678 CPFs cadastrados como inadimplentes, um aumento de 1,04% em relação ao mesmo mês de 2017. Na comparação com dezembro, a variação foi pouco significativa. No ano, o estoque de dívidas cresceu 24% e, em doze meses, aumentou 196,48%.