Caxias do Sul fechou 2017 com crescimento da economia. Depois de três anos seguidos de queda, os números voltaram ao positivo no ano passado, com crescimento de 5,6%. A indústria, principal motor da economia caxiense, puxou a alta e expandiu 6,8%. O comércio teve alta de 6,2% e o setor de serviços, último a ser afetado pela crise, cresceu 3%.
Os dados foram divulgados na tarde desta terça-feira (30) pela Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) e pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) . Economistas e empresários comemoram o resultado. Depois de 2013, quando o crescimento foi de 1,7%, Caxias do Sul amargou encolhimentos sucessivos na economia. A redução foi de 7,4% em 2014, de 18,7% em 2015 e de 11,5% em 2016.
— Finalmente, temos um bom ano, uma boa expansão. A expectativa era de crescimento (do comércio) na ordem de 5%, mas, felizmente, conseguimos mais — destacou o assessor de Economia e Estatística da CDL, Mosár Leandro Ness.
Além do respiro ao final de 2017, os especialistas estão animados para este ano. Ness, no entanto, diz que isso depende de uma política econômica consistente e da Reforma da Previdência.
A empresária Idalice Manchini, da diretoria de Economia, Finanças e Estatística da CIC, acrescenta que o grande número de feriados e a Copa do Mundo tendem a prejudicar o comércio. Ela aponta ainda que o crescimento do setor está relacionado ao comportamento da indústria.
— Dependemos de uma indústria forte. O comércio deve crescer de 10% a 12% — projeta.
Com pedidos encaminhados para o segundo trimestre em importantes empresas de Caxias do Sul, a indústria está otimista depois de "chegar ao fundo do poço em 2017", nas palavras do vice-presidente de Indústria da CIC, Carlos Zignani.
— As perspectivas são de crescimento de cerca 20% na indústria — afirma.
Conforme os especialistas, a capacidade atual dos setores pode absorver crescimento de mais 10% sem que seja necessário mexer na estrutura. A tendência é de uma recuperação lenta, inclusive na reposição de empregos. Foram 576 vagas fechadas em 2017.
— Eu prefiro esse crescimento constante, como estamos fazendo — diz a economista Maria Carolina Gullo, que também compõe a diretoria de Economia, Estatística e Finanças da CIC.
Para ela, a expansão da economia, mesmo que ocorra de forma lenta, é mais consistente em relação a outras épocas, como em 2010, quando Caxias do Sul chegou a crescer 21%.