No enfrentamento ao coronavírus, em momentos decisivos dos cenários político e econômico, na luta por uma sociedade mais justa. Mulheres fizeram a diferença em 2020. Em um ano marcado por uma pandemia que já registra mais de 1,7 milhão de mortos pelo mundo, elas se destacaram para transformar a realidade.
A seguir, você confere em ordem alfabética uma seleção assinada pela equipe de Donna reunindo 20 mulheres que brilharam ao longo dos últimos 12 meses nas mais diversas áreas. E uma dica: não deixe de espiar a última homenageada da lista.
A apresentadora do Globo Esporte, exibido na RBS TV, enfrentou uma batalha contra o câncer de mama.
Em janeiro, descobriu a doença aos 35 anos e deu início a um intenso tratamento. E foi no Outubro Rosa que ela quebrou tabus: virou notícia no país ao abandonar a peruca e assumir a cabeça raspada para apresentar o programa.
Professora de Bioquímica, vinculada ao Instituto de Ciências Básicas da Saúde (ICBS) da UFRGS, foi uma das vencedoras (e única brasileira) do prêmio Cientista do Ano 2020, da International Achievements Research Center (Iarc), na área Ciências Médicas e da Saúde/Ciências da Saúde. Sua pesquisa busca entender os mecanismos envolvidos em doenças neurometabólicas, genéticas hereditárias, neurodegenerativas e na isquemia cerebral.
A cantora se tornou, aos 19 anos, a pessoa mais jovem e a primeira mulher a vencer as quatro principais categorias do Grammy em 2020 – Artista Revelação, Canção do Ano, Gravação do Ano e Álbum do Ano. Para completar, lançou singles em meio à pandemia, anunciou a produção de um documentário sobre sua trajetória e foi indicada a mais quatro categorias no Grammy 2021.
A americana retornou à Terra no dia 6 de fevereiro, depois de passar quase um ano a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS), na condição de recordista feminina em permanência no espaço. Mestre em Engenharia Elétrica e graduada em Física, Koch já havia entrado para a história por participar da primeira caminhada espacial 100% feminina, em outubro de 2019.
Com mais de três décadas de carreira, a apresentadora do Jornal do Almoço, da RBS TV, foi surpreendida por um câncer de mama aos 54 anos. Decidiu que seria transparente com o público e compartilhou ao vivo seu diagnóstico. No ar, fez uma promessa: tentaria manter a rotina de trabalho, já que considera o programa como sua segunda casa.
Pós-doutoranda na Faculdade de Medicina da USP e bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo, liderou a equipe que fez o sequenciamento do genoma viral da covid-19 ao lado do cientista Claudio Tavares Sacchi, do Instituto Adolfo Lutz. Integra a ação global #EquipeHalo, criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), que envolve cientistas de vários países.
Em uma transmissão online inédita, o país conheceu em agosto a sua nova miss Brasil: a gaúcha Julia Gama, de 27 anos. O que mais chamou a atenção, no entanto, foi a trajetória da guria. Com uma carreira de atriz na China e muitos planos para a carreira artística, ela fala quatro idiomas, cursou três anos de Engenharia Química e tem um trabalho em prol da conscientização sobre a hanseníase.
A primeira mulher eleita vice-presidente dos Estados Unidos, ao lado de Joe Biden. Filha de imigrantes da Jamaica e da Índia, atuou como promotora de San Francisco e da Califórnia. Em 2017, se tornou a segunda mulher negra a ocupar uma cadeira no Senado do país. Em seus discursos, destaca a representatividade de sua chegada à Casa Branca.
Foram 17.702 os votos que fizeram de Karen Santos (PSOL) a candidata mais votada nas eleições para a Câmara Municipal de Porto Alegre em 2020, aos 32 anos. Professora da rede estadual, Karen tem a educação e o combate à discriminação racial como bandeiras – é a única vereadora negra na atual legislatura (2017-2020), quando assumiu após a eleição de Fernanda Melchionna para deputada federal.
A cientista política foi a idealizadora do modelo de controle da pandemia no Estado, chamado de distanciamento controlado. Sete meses após colocar o projeto em prática, a ex-secretária de Planejamento assumiu o comando do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). Com isso, se tornou a primeira mulher a chefiar a instituição.
Gerente do Google, a pelotense que trocou o Direito pela tecnologia se consolidou como referência na promoção de iniciativas para a inclusão de mulheres negras no mercado corporativo. Neste ano, lançou o projeto Conselheira 101 e também se tornou uma das palestrantes mais requisitadas do Brasil.
Uma das empreendedoras mais admiradas no Brasil, a presidente do Conselho do Magazine Luiza foi eleita Personalidade do Ano pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos. Em meio à crise, colocou em prática iniciativas para ajudar os pequenos negócios. Outras ações sociais da empresa se destacaram neste ano, como projetos que visam promover a igualdade racial e de gênero.
O combate à violência contra a mulher foi um dos temas mais debatidos do ano a partir de casos como o de Mariana Ferrer. Trechos da audiência em que ela era ouvida como possível vítima de estupro de vulnerável ganharam repercussão por causa das palavras dirigidas à jovem pelo advogado de defesa.
A sertaneja foi a artista mais ouvida no Brasil em 2020, de acordo com o ranking divulgado pelo Spotify. Já em um levantamento do YouTube, Marília aparece no topo das lives mais assistidas do mundo, com uma marca de 3,3 milhões de visitas simultâneas em sua apresentação virtual do dia 8 de abril.
Foi o assassinato do filho Germano, em 2012, que levou a psicóloga para a política. Da dor, Paula tirou forças para, oito anos depois, dividir com o prefeito eleito Adiló Didomenico (PSDB) a missão de unir Caxias do Sul e retomar o crescimento. A futura vice-prefeita foi presidente da Comissão de Segurança Pública e Proteção Social durante seu mandato na Câmara de Vereadores.
Médica intensivista e chefe do Serviço de Medicina Intensiva Adulto do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, Roselaine combate o coronavírus dentro da UTI, emendando centenas de dias de trabalho sem folga na luta para salvar vidas. Participou do projeto Diário do Front, de GZH, e personifica o sacrifício dos profissionais que estão na linha de frente na área da saúde.
Vencedora do Big Brother Brasil em abril de 2020. Levou R$ 1,5 milhão para casa e ainda conquistou uma legião de fãs. E não parou mais: vencer a disputa marcou o início de um ano de sucesso para a médica paulista – só no Instagram, são seis milhões de seguidores. Lançou mão de sua história de superação para quebrar tabus sobre a adoção, engajou-se no combate ao racismo e fez parcerias com marcas de beleza que prezam pela diversidade – incluindo o título de embaixadora da L’Oréal Paris. Ainda ganhou um quadro no É de Casa, da Globo, e está à frente do Triangulando, atração transmitida em seu canal no YouTube e focada em entrevistas.
Voltou aos holofotes com o lançamento de sua autobiografia, Memórias. Mas não foi apenas isso: a partir de temas abordados no livro, a apresentadora usou novamente a sua voz para tomar à frente de campanhas no combate à violência infantil e na defesa dos animais. Aos 57 anos, em meio a muitos ataques na internet, é uma das maiores defensoras pelo direito de envelhecer sem cobranças.
A ex-estrela da Disney se tornou a atriz mais jovem a vencer a categoria Melhor Atriz em Série Dramática no Emmy em 2020, aos 24 anos, por seu trabalho em Euphoria, da HBO. No papel de uma adolescente que teve que passar as férias de verão em uma reabilitação católica após uma overdose de drogas, ela também foi a segunda atriz negra a vencer o prêmio.
Você
Em 2020, todas nós fomos mulheres do ano. No desafio de conciliar home office e filhos, bater metas no trabalho, não enlouquecer com as tarefas domésticas, aprender a lidar com o confinamento e manter a saúde mental em dia. Não demos conta de tudo – e nem deveríamos, afinal, é impossível, né? Sabemos que a sensação deve ser de cansaço, mas não se esqueça: você foi incrível.