Comer frutas e verduras é importante em todas as estações do ano, mas é comum que aquela saladinha do verão não nos apeteça e nem nos satisfaça quando está mais frio. A temperatura começa a cair e tudo o que queremos é uma comida quentinha, que aquece, abraça e acalma.
No geral, nestes momentos pensamos em alimentos ricos em gordura e açúcar refinado, mas e se tivéssemos opções gostosas mais saudáveis e cheias de nutrientes para encarar esta troca de temperatura?
Comfort foods
O termo vem do inglês e nos remete a comidas acolhedoras, com grande valor sentimental e afetivo e até nostálgico. São comidas que além de saborosas nos dão aquela sensação de bem estar. Às vezes, as comfort foods estão ligadas a um estado de espírito, quando estamos cansados, com preguiça ou depois de um dia difícil buscamos consolo e afeto nesses alimentos. Comida também é afeto.
O problema começa porque geralmente essas comidas estão associadas a alimentos ricos em carboidratos e açúcar. Quem não associa o frio a um delicioso chocolate quente? A boa notícia é que podemos usar as comfort foods a nosso favor quando utilizamos ingredientes de qualidade em preparações que esquentam de dentro para fora. E comendo com consciência e equilíbrio, é claro!
Mais fome no inverno
Além do fato de a salada ser geralmente fria e no inverno preferirmos comidas mais quentinhas, o nosso corpo realmente "pede" mais comida na estação. Isso porque estamos gastando mais energia para mantê-lo aquecido, por isso, no inverno, temos a sensação de sentir mais fome, pois o nosso corpo precisa dar conta do gasto energético a mais que está tendo.
Porém, nesses momentos, costumamos nos jogar nos carboidratos e nos alimentos mais gordurosos e então, sem perceber, deixamos de consumir alimentos importantes como verduras, frutas e legumes.
Alimentos termogênicos
Para que a gente não caia nas tentações de receitas muito calóricas, uma dica boa é investir nos alimentos termogênicos. Os melhores alimentos termogênicos são a aveia, pimenta vermelha, mostarda, gengibre, vinagre de maçã, acelga, aspargos, couve, vegetais fibrosos (brócolis, acelga, couve), laranja, kiwi, abacaxi, cafeína, guaraná, canela, chá verde, chá de hibiscos, água gelada, linhaça, gordura de coco, cacau, derivados que contém ômega 3 (bacalhau, salmão, arenque, sardinha, anchova) e ácido linoléico conjugado (encontrado na carne bovina e em alguns laticínios).
Como aplicar no dia a dia
A pimenta, a mostarda e o gengibre podem entrar nas suas preparações mais básicas: sopas, arroz, carnes, muffins etc. Já a canela, o cacau e o guaraná em pó podem estar em mingau (que combinado com a aveia dá aquela turbinada), em bolinhos saudáveis, muffins e panquecas.
Os chás podem ser misturados com sucos, formando os suchás. Uma boa combinação é misturar ½ xícara de chá verde com ½ xícara de chá de abacaxi, acrescentar canela e gengibre e partir pro abraço!
O universo saudável é enorme, fazendo boas substituições dá para fazer até um chocolate quente saudável. No lugar do leite, utilize o leite de aveia, ele vai deixar a bebida cremosa e deliciosa. E no lugar do achocolatado, utilize cacau em pó e açúcar de coco.
E vinho, pode?
Com certeza você deve ter escutado por aí que o vinho é uma opção mais saudável entre as bebidas alcoólicas e, agora no inverno, ele cai super bem, né? O vinho tem antioxidantes polifenóis, eles são componentes naturais encontrados na casca e na semente da uva e têm ação antibiótica, efeito antioxidante e ainda reduzem o colesterol LDL e aumentam o colesterol HDL, ajudando a prevenir a formação de placas de gordura nas artérias.
Tudo isso precisa ser combinado com uma dieta balanceada e hábitos saudáveis. Falando nisso, é importante lembrar de não deixar de lado a atividade física. Continue se exercitando, mesmo nos dias frios. Os exercícios físicos mantêm a massa muscular, importantes para que o nosso corpo gaste mais calorias em repouso. Claro, procure sempre um profissional para garantir que você está fazendo os exercícios corretos.
Paula Mar Pinto é nutricionista clínica por formação, mas se considera uma "facilitadora de experiências saudáveis". Depois de muito brigar com a balança, resolveu se aliar a ela. É autora do projeto E Agora, Nutrinha?.