A estação do ano muda nosso humor e nossos hábitos alimentares. É muito comum ver um comportamento padrão quando as temperaturas começam a cair: a atividade física fica um pouco de lado e não tem mais tanta prioridade na sua rotina, aquela saladinha refrescante também já não aparece tanto nas refeições e, quando você vê, chegou o verão de novo e uns quilinhos a mais apareceram na balança.
Em contrapartida, seu metabolismo gasta mais energia para manter o corpo aquecido, o que pode parecer uma vantagem para quem busca emagrecer. Será que funciona?
Temperatura externa e do corpo
A temperatura normal do corpo varia entre 36,1ºC e 37,2ºC. Com o clima mais gelado, nosso organismo sente a necessidade de nos manter aquecidos, e isso ocorre através de um processo chamado termogênese.
No inverno, a temperatura exterior é muito mais baixa do que a do corpo, fazendo com que ele precise gerar mais energia para manter-se aquecido.
Isso significa que, ao final do dia, você terá gasto mais calorias do que no verão, por exemplo. O que quer dizer maior dificuldade de engordar, considerando que seu hábito alimentar continue o mesmo.
Se você come a mesma coisa, mas seu corpo está gastando mais calorias, a tendência é emagrecer e não engordar, certo?
Na prática, será que funciona?
Você deve estar se perguntando: se o inverno favorece o emagrecimento, já que gastamos mais calorias, por que as pessoas engordam?
Existe o fator comportamental que está ligado a esse ganho de peso: as pessoas se movimentam menos e acabam consumindo alimentos mais calóricos. Por outro lado, gastar mais calorias faz com que seu corpo peça a ingestão de calorias extras – essa é a parte metabólica.
É exatamente por isso que sentimos mais vontade de comer alimentos ricos em carboidratos (alimentos energéticos) e gordurosos (alimentos com maior densidade calórica): seu corpo pedindo por reposição rápida de energia. Isso não significa que você precise de energia extra.
Se você já consome as calorias necessárias para as suas necessidades diárias, não há com o que se preocupar. Para sentir-se mais saciada nesse período, invista em alimentos ricos em fibras como os integrais, grãos, frutas, legumes e verduras.
Termogênicos podem ajudar
Para que a gente não caia nas tentações de receitas muito calóricas, uma dica boa é investir nos alimentos termogênicos. Entre os melhores estão os ricos em fibras. Confira uma lista de boas opções:
- aveia
- pimenta vermelha
- mostarda
- gengibre
- vinagre de maçã
- acelga
- aspargos
- couve
- vegetais fibrosos (brócolis, acelga, couve)
- laranja
- kiwi
- abacaxi
- cafeína
- guaraná
- canela
- chá verde
- chá de hibuscus
- água gelada
- linhaça
- gordura de coco
- cacau
- derivados que contenham ômega-3 (bacalhau, salmão, arenque, sardinha, anchova)
- ácido linolêico conjugado (encontrado na carne bovina e em alguns laticínios).
Como aplicar
A pimenta, a mostarda e o gengibre podem entrar nas suas preparações mais básicas, como sopas, arroz, carnes e muffins. Já a canela, o cacau e o guaraná em pó podem estar em um mingau (combinado com a aveia, dá aquela turbinada), em bolinhos saudáveis, muffins e panquecas.
Os chás podem ser misturados com sucos, formando os suchás. Uma boa combinação é misturar meia xícara do verde com a mesma medida do de abacaxi, acrescentar canela e gengibre e partir para o abraço.
O universo saudável é enorme. Fazendo boas substituições, dá para preparar até um delicioso chocolate quente saudável. No lugar do leite animal, use o de aveia, que vai deixar a bebida cremosa e deliciosa. No lugar do achocolatado, aposte em cacau em pó e açúcar de coco.
Paula Mar Pinto é nutricionista clínica por formação, mas se considera uma "facilitadora de experiências saudáveis". Depois de muito brigar com a balança, resolveu se aliar a ela. É autora do projeto E Agora, Nutrinha?.