A maioria das mulheres já encarou o processo de emagrecimento pelo menos uma vez na vida. Tendo sucesso ou não, uma dificuldade em comum que sempre aparece é manter a dieta aos finais de semana.
Você faz (aos trancos e barrancos) de segunda a sexta-feira meio dia, mas, logo que acaba o expediente de trabalho, a dieta também fica para trás. E isso acontece em looping, semana após semana. Será que é possível ter resultados assim?
Restrição exagerada
O primeiro ponto de alerta para esse comportamento é a estratégia utilizada. Manter uma dieta extremamente restritiva e que não seja compatível com seu perfil comportamental e com a sua rotina não dá certo a longo prazo. Aliás, muitas vezes, ela não dura nem os sete dias da semana.
Uma dieta saudável e que traz resultados definitivos é aquela em que você consegue se manter constante. Isso significa que você precisa conseguir colocá-la em prática diariamente.
Além disso, restrições severas geram gatilhos comportamentais que impulsionam exatamente o contrário: o comer por impulso e o aumento/obsessão por aquilo que está "proibido".
Todo dia é dia
Quando calculamos uma dieta com objetivo de emagrecimento, consideramos uma ingestão calórica igual para todos os dias da semana. Sua mente sabe que é final de semana, mas sua necessidade nutricional não muda, independente se é sábado ou quarta-feira. Aqui o fator que mais impacta na sua dieta é o comportamental.
Uma rotina diferente e as necessidades emocionais podem influenciar no como e em quanto você irá comer. Por isso, é importante que faça sentido para você nos sete dias da semana.
O final de semana é desafiador, porque faz você lidar com questões que te tiram da zona de conforto. É muito mais fácil manter a dieta com uma rotina de obrigações, nos dias em que você não tem compromissos fixos.
A ideia de estar comprometido com a alimentação pode não ser atrativo. Cuidado com a autossabotagem.
Entenda o porquê
Vamos supor que, para que você consiga emagrecer, precise consumir, no máximo, 11,2 mil calorias semanais, para assegurar que você está comendo menos do que gasta. De segunda a sexta-feira, você vai bem, e consome lá suas 1,6 mil diárias.
Mas aí, no sábado, você desliza no churrasco com cerveja e, no domingo, aquela pizza com vinho. Suas calorias passam de 11,2 mil semanais para 13.210, te colocando em superávit calórico (comendo mais do que gasta).
O resultado? Aumento (ou manutenção) do peso.
Usei um exemplo leve, considerei três latas de cerveja e 300 gramas de picanha + duas fatias de pizza com duas taças de vinho. Normalmente, é fácil passar disso, né?
Isso não significa que você nunca mais vai poder comer churrasco com cerveja ou se deliciar na sua pizza favorita com um bom vinho. Isso significa que, se você repete esse padrão todo final de semana, não vai sair do lugar.
Emagrecimento precisa ter início, meio e fim. Não é saudável se manter constantemente em processo de emagrecimento – nem para sua saúde física, nem para a mental.
Encarar o processo como algo com prazo de validade pode te ajudar a se manter comprometida pelo tempo necessário. Procure auxílio sempre de um nutricionista para adequar a sua alimentação ao seu objetivo, considerando suas particularidades.
Paula Mar Pinto é nutricionista clínica por formação, mas se considera uma "facilitadora de experiências saudáveis". Depois de muito brigar com a balança, resolveu se aliar a ela. É autora do projeto E Agora, Nutrinha?.