SALVA PELA CIÊNCIA
A revista americana New Yorker publicou uma matéria com o seguinte título: "Como a ciência me salvou de fingir que eu amo vinho". A questão levantada é de que muitas pessoas se forçam a gostar de algo, simplesmente, para agradar ou por considerar que, neste caso, a bebida carrega o status de sofisticação. O texto é um relato de Anne Fadiman que conta que, prestes a chegar aos seus 50 anos, ela conseguiu admitir para si própria que nunca iria amar vinho, assim como gostaria. Ela relata que sempre se esforçou a gostar da bebida, para manter uma relação com o pai, admirador e pesquisador de vinhos. "Eu fingi centenas de respostas positivas a centenas de taças, o que nunca foi difícil, já que meu pai me ensinou tudo sobre vinhos, mas nunca gostei do sabores e nunca entendi as nuances que especialistas apontam", conta a escritora.
Episódio: #30
AME-OS OU DEIXE-OS
Os vinhos amadeirados são sempre motivos de discórdia: há os que gostam, amam e odeiam. Acontece que as barricas de madeira foram criadas para armazenar os vinhos, quando ainda não se sabia muito bem como manipular o vidro. De acordo com a nossa enóloga, Natália Frighetto, muitos vinhos, por via de regra, precisam ter uma passagem por madeira por 12 ou 18 meses, dependendo do rótulo. Porém, quando a madeira é bem utilizada, ela é sentida ao longo da taça e, não logo no primeiro gole. Na década de 1990, se criou a ideia de que vinho bom era vinho que passava por madeira e, muitas vinícolas, principalmente aquelas que trabalham voltadas para o paladar brasileiro, passaram a colocar chips de madeira dentro da bebida, o que deixava o aroma do material muito intenso no vinho.
Episódio: #51
JANELAS DO VINHO
Se você já foi à Europa e passou por países que preservam a influência medieval, provavelmente vai lembrar de escotilhas bem pequenas nas construções . Essas janelas foram usadas para servir vinho sem contato durante o período da peste bubônica. Agora, em 2020, elas voltaram a ser usadas para evitar o contágio do novo coronavírus. Na década de 1630, os vendedores de vinhos entendiam a importância do isolamento e, por isso, utilizavam as escotilhas. Ao invés de receber o pagamento em mãos, eles passavam uma bandeja de metal pela janela e a desinfetavam com vinagre. Séculos depois, esse hábito reaparece, e não somente para vinhos. As Buchette del Vino também vendem Aperol Spritz, gelato e café. Matteo Faglia, presidente da Wine Window Association, conta que "as pessoas podem bater nas pequenas persianas de madeira e encher suas garrafas diretamente das famílias Antinori, Frescobaldi e Ricasoli, que ainda hoje produzem alguns dos vinhos mais conhecidos da Itália”. Existem mais de 150 janelas de vinho que podem ser encontradas apenas nas antigas muralhas da cidade de Florença.
Episódio: #55
CRISE NA SAFRA
No ano passado, os vinhedos franceses sofreram muito com as mudanças climáticas. A estimativa foi de uma perda de 13% na produção. O segundo maior produtor mundial da bebida teve seus vinhedos atingidos por geadas, granizo e onda de calor recorde em 2019. Durante a primavera, época de floração das uvas, o país sofreu com a geada, o que dificultou a formação da fruta e, no verão, com as altas temperaturas, as frutas vieram a queimar.
Episódio: #21