Conhecido como Mingau, Rinaldo Oliveira Amaral, baixista da banda Ultraje a Rigor, foi baleado na cabeça em 2 de setembro. O músico estava em viagem na cidade de Paraty, no Rio de Janeiro, quando o carro em que estava com um amigo foi alvo de disparos.
De acordo com o último boletim médico, divulgado em 26 de setembro, O músico passava pelo processo de "desmame" da ventilação mecânica. A situação seguia a mesma até a última quinta-feira (28).
"A fase de hipertensão intracraniana foi superada, entrando agora em etapa de reabilitação, com intensificação do suporte fisioterapêutico. O paciente está sem sedação, apresentando abertura dos olhos, porém sem interação consciente com o ambiente até o momento", informou o comunicado.
A filha do baixista compartilhou um texto nas redes sociais, em que afirma que "o pior já passou". Ela ainda informou que o pai vem apresentando melhora a cada dia e que o processo de recuperação dele será lento.
Mingau foi guitarrista da banda Ratos de Porão até 1985 e faz parte do Ultraje a Rigor desde 1999, ao lado de Roger Moreira, Bacalhau e Marcos Kleine.
A investigação
Três homens já foram presos por envolvimento no tiroteio. João Vitor da Silva foi detido em 3 de setembro. Ray Limeira Belchior foi preso em 15 de setembro e Lorran Nascimento Moraes, no dia 21.
Ainda são procurados outros dois suspeitos, Pablo Willian da Silva Mostarda e Hiago Lourenço da Silva. Um cartaz do Disque Denúncia com as fotos dos dois, que são considerados foragidos, foi divulgado na semana passada. Um inquérito foi aberto pela Polícia Civil para investigar o caso.
Mingau foi baleado na madrugada de um sábado, quando passava perto da Praça do Ovo, na Ilha das Cobras, em Paraty. Ele estava acompanhado de um amigo que, em depoimento à Polícia Civil, disse que os dois estavam indo fazer um lanche. Entretanto, segundo o registro da Polícia Militar, o homem deu outra versão: a de que eles estavam indo comprar drogas.
O delegado responsável pelas investigações Marcelo Russo, da 167ª DP, afirmou que a região é dominada pelo tráfico e um conhecido ponto de venda de drogas. De acordo com Russo, o carro pode ter sido alvo dos tiros por engano.
O que aconteceu com Mingau
Após ser baleado, o baixista foi socorrido por uma equipe do Corpo de Bombeiros e encaminhado para o Hospital Municipal Hugo Miranda. Por não ter um neurocirurgião na unidade, Mingau foi transferido, de helicóptero, para o São Luiz do Itaim, em São Paulo. Os médicos informaram que a bala atingiu o cérebro e atravessou o crânio.
Ele deu entrada no hospital em estado grave, sendo submetido a uma cirurgia intracraniana de emergência em 3 de setembro. Quatro dias depois, o baixista precisou passar por um novo procedimento cirúrgico para controlar a pressão no crânio.
Em 10 de setembro, de acordo com o boletim médico emitido pelo Hospital São Luiz, ainda em coma induzido e sob ventilação mecânica, foi iniciada a redução gradativa dos sedativos do músico. No dia 17, a instituição informou que Mingau teve os sedativos interrompidos, mas permanecia desacordado.
O baixista despertou e abriu os olhos em 20 de setembro, conforme boletim divulgado pelo hospital. Ao todo, ele passou por três cirurgias, incluindo uma traqueostomia.