Faltando um minuto para as 22h desta sexta-feira (3), a vibe positiva tomou conta do Palco Atlântida. O fenômeno ocorreu assim que o nome de Vitor Kley foi anunciado, levando à loucura o público que aguardava para ver o gaúcho, conhecido pelas canções good vibes e de amor. A aparição do artista ocorreu menos de cinco minutos depois, às 22h02min.
A espera foi curta, mas ele surgiu provando que valeria a pena aguardar o tempo que fosse preciso. Casando bem com o momento, a música de abertura do show no Planeta Atlântida foi Ainda Bem que Chegou, cantada verso a verso pela plateia, com direito a palmas e grupos de amigos pulando abraçados. O clima era de celebração à chegada de Vitor Kley.
Na sequência, o gaúcho saudou os conterrâneos presentes e emendou Retina. A euforia, porém, veio na canção seguinte, Morena, que empolgou os planetários. "Morena, me encantei com o seu jeito de olhar / Paralisei o tempo só pra lembrar / Daquela cena em que eu tirava a tua saia / E você beijava a minha boca", diz o refrão, especialmente celebrado pelas morenas do Palco Atlântida - e também houve quem aproveitasse a deixa pra trocar beijos com a morena amada.
Os românticos do Planeta seguiram agindo na música Menina Linda, outra que vem a calhar para declarações cantadas na beira do palco, ao pé do ouvido: "Menina linda, me conte mais sobre seus voos / Por qual céu você viajou / Até pousar na minha boca? / Menina linda, meu coração pede socorro / Voar às vezes dá enjoo / Mas teu abraço me acalma". E não parou por aí. Depois, foi a vez de cantar Jacarandá, mais um love song, gravado em parceria com Vitão. Neste ponto, não havia mais dúvidas: Vitor Kley é um romântico.
Na frente do palco, alguém notou a característica do cantor. E aproveitou para pedi-lo em casamento por meio de um cartaz de "casa comigo". Vitor se divertiu com a proposta inusitada.
— Eu não sou tão fácil assim como parece — brincou.
Com A Tal Canção pra Lua, parceria com Samuel Rosa, provou que era possível levantar ainda mais uma plateia que já estava lá em cima. Quase perto da Lua, aclamada como o objetivo a ser alcançado na canção. "Deixa eu querer voar, enfrentar meus problemas / Eu mirei na Lua e acabei acertando as estrelas", diz a letra.
Como se quisesse alcançar mesmo o satélite, o público pulou a cada verso. E Vitor percebeu que tinha mais gente mirando na Lua por ali.
— A Lua tá lá nos acompanhando, mas falta as estrelas. Agora, o Planeta Atlântida é que vai iluminar o céu — disse, pedindo para que o público ligasse a lanterna do celular, enquanto cantava à capela o refrão.
De volta à Terra, o gaúcho puxou Ainda Vou Morrer Por Não Falar. Foi só ele avisar que a música seguinte seria dedicada a quem tem dificuldade de demonstrar o que sente, que a plateia já começou a gritar. A apoteose veio quando, nesta mesma canção, Vitor ergueu uma bandeira do Rio Grande do Sul que foi jogada no palco.
— Isso é Planeta! — bradou ele, celebrando a vibração dos fãs. Logo em seguida, o cantor tomou um chimarrão em cima do palco. E é claro que o bairrismo não deixou ninguém ficar sem gritar.
Com a garganta já aquecida, o público soltou de vez o gogó em Pupila, um dos maiores sucessos do músico - que, só para constar, é mais um love song. A música em parceria com Anavitoria levantou românticos e simpatizantes. Ninguém no Palco Atlântida ficou parado ao ouvir "Como que eu vou dizer pra ela / Que eu gosto do seu cheiro / Da cor do seu cabelo? /Que ela faz minha pupila dilatar?". O refrão levou dezenas de pessoas a reivindicarem duas tradições do Planeta: subir nas costas do amigo e tirar a camiseta para rodar no alto. O cantor ficou descamisado.
A energia e as camisetas seguiram altas em Tudo Me Lembra Você. Passaram da estratosfera quando Priscilla Alcântara, que havia se apresentado no Palco Atlântida às 19h, voltou para cantar com Vitor Tudo Pah, parceria dos dois. Quando a música acabou, uma turma puxou gritos de "Playstation, Playstation", lembrando os tempos em que a cantora apresentava o Bom Dia e Cia.
Já com Adrenalizou, Vitor avisou que o show estava perto do fim. O alerta, porém, não foi capaz de entristecer os planetários. Pelo contrário: todo mundo saiu do chão. Vitor Kley se apavorou, para citar a expressão gaudéria.
— Put* que pariu, vocês são fod* pra caralh* — disse, evocando palavras censuradas.
Depois, o cantor chamou um grupo de fãs para o palco e pediu que a plateia agachasse para, então, pular com energia no refrão. Os planetários acataram. Se houvesse um terremoto na Saba, estaria explicado.
A saideira foi iniciada com O Sol, o maior sucesso do cantor. O verso "Ô, Sol, vê se não esquece / E me ilumina / Preciso de você aqui" foi cantado pela plateia em coro, a plenos pulmões. O astro rei com certeza não vai esquecer do que foi visto na noite desta sexta-feira no show de seu entusiasta Vitor Kley, que terminou a apresentação descendo ao fosso do palco para sentir de perto o calor que irradiava dos fãs. Quase queimou a bandeira do Rio Grande do Sul que ele ergueu pela última vez, despedindo-se do Planeta Atlântida 2023.