— A Feira do Livro de Porto Alegre sempre foi um fascínio para mim, um guri de Pelotas que sonhava em ir para a Capital — relembra Kledir Ramil, 70 anos.
Para celebrar a tradicional festa literária de Porto Alegre – que ocupa a Praça da Alfândega até o dia 15 de novembro —, GZH publica a série Feira da Minha Vida, na qual convida personalidades que contribuem para a cultura do Rio Grande do Sul a compartilhar lembranças de edições que marcaram suas histórias.
Nesta segunda-feira (6), é a vez de Kledir, da dupla com Kleiton, da banda Almôndegas e da Casa Ramil. Seus discos e canções, como Deu Pra Ti (hino não oficial de Porto Alegre) e Paixão, fizeram grande sucesso na música gaúcha e nacional. Também é autor de livros, tendo escrito Tipo Assim, Uma Coletânea de Crônicas, O Pai Invisível, entre outros. Durante os anos em que viveu na Capital, sua alegria era encontrar grandes escritores – seus ídolos – pela feira.
— Com o tempo, virei amigo de muitos deles e tive o prazer de ver esses amigos queridos sendo homenageados como patronos: Moacyr Scliar, Luis Fernando Verissimo, Caio Fernando Abreu, Alcy Cheuiche, Luís Augusto Fischer, Cínthia Moscovich, Fabricio Carpinejar e, agora em 2023, o Tabajara Ruas — recorda.
Além disso, os livros do artista têm sido lançados com sucesso na Feira do Livro de Porto Alegre – o que é motivo de orgulho. Essa é, inclusive, uma de suas recordações mais marcantes em relação ao evento.
— Um acontecimento que guardo com carinho foi quando, em 2015, lancei meu livro infantil Viagem a Par ou Ímpar, uma história inspirada no espetáculo que Kleiton e eu montamos com o Grupo Tholl para lançar nosso disco infantil. Por ideia do Marcos Eizerik, lançamos então o Primeiro Campeonato Mundial de Par ou Ímpar. A gurizada compareceu em peso para uma disputa acirrada cujo prêmio principal seria uma sacola cheia de "moedas de ouro", uma referência à história contada no livro. Foi uma grande farra com a gurizada, especialmente no momento da entrega do prêmio, quando o vencedor descobriu que as tais "moedas de ouro" eram, na verdade, feitas de chocolate (Risos). Se tivesse lido o livro antes, saberia — recorda.