As três fotos abaixo mostram o bairro Menino Deus, na Capital, na virada da década de 1940 para os anos 1950. Uma delas é da Rua Comendador Rodolfo Gomes, com o casario baixo, terrenos baldios e tendo, ao fundo, a Cidade Baixa e o Centro.
Em outra, observa-se um dos pavilhões do antigo Parque de Exposições (em primeiro plano), a ausência quase total de edifícios e, adiante, o morro do cemitério ainda pouco ocupado. Essa imagem foi obtida com a câmera voltada para o bairro da Azenha. A terceira fotografia é um aspecto da Avenida Getúlio Vargas, com seus casarões, trilhos de bondes, palmeiras ainda, relativamente, com pouca altura, uma carroça e nenhum outro veículo.
A Rua Rodolfo Gomes já aparece na planta municipal de 1888 com o nome de Rua 12 de Janeiro, mas só no mapa oficial de 1916 é que surge com sua extensão atual e com a denominação que tem hoje, homenagem ao Comendador Rodolfo Gomes da Silva, abastado comerciante, natural de Rio Grande, onde nasceu em 1849, e estabelecido na Capital, onde foi proprietário de várias empresas.
As duas vias públicas que se encontram perpendicularmente na Praça Menino Deus, a Rua José de Alencar e a Avenida Getúlio Vargas, abertas, respectivamente, a partir de 1845 e 1848, foram os eixos de formação do antigo arraial, que logo ganhou esse nome quando ali foi construída uma capela, inaugurada na noite de Natal de 1853. Em 1873, foi implantado o transporte coletivo para o bairro com a introdução dos bondes de tração animal da Cia. Carris Porto-Alegrense.
Outro fator relevante para o desenvolvimento da área foi a inauguração do Prado Rio-Grandense, em 1881. Esse hipódromo funcionou até 1909, quando cedeu espaço aos pavilhões destinados às exposições agropecuárias – transferidas, em 1970, para o Parque Estadual de Exposições Assis Brasil, em Esteio.