Cinco vezes maior do que o Titanic, apadrinhado pelo jogador argentino Lionel Messi e com ingressos entre R$ 8 mil e R$ 135 mil por passageiro — todos esgotados. Com essas credenciais, a embarcação Icon of the Seas, considerada o maior cruzeiro do mundo, zarpou pela primeira vez em 27 de janeiro. Saído de Miami, nos Estados Unidos, o navio passou pelo Caribe e teve como destino a ilha particular do grupo internacional Royal Caribbean, dona da embarcação, nas Bahamas.
Com 365 metros de comprimento, o “Ícone dos mares” tem capacidade para 7,6 mil passageiros e 2,3 mil tripulantes, distribuídos em 2,8 mil cabines nos seus 20 decks. O navio tem sete piscinas com diferentes formatos. Há opções com nove banheiras de hidromassagem e uma piscina que fica na borda da embarcação, com vista para o mar. Flutuando no ar a oito andares de altura, é a primeira piscina suspensa em alto-mar.
Um parque aquático inclui seis tobogãs, entre eles, um que chega a 14 metros de altura. A embarcação, ainda dispõe, um simulador de surfe e uma pista de patinação no gelo. Em todos os cantos do cruzeiro, 40 bares e restaurantes temáticos servem clientes dos mais variados gostos, desde os adoradores de baladas aos frequentadores de karaokês.
— Sete anos atrás, tivemos uma ideia ambiciosa para criar as primeiras férias verdadeiramente feitas para todos os tipos de famílias e aventureiros. Agora, está nas nossas mãos e, em janeiro, foi a maior estreia em nossa história — celebrou Michael Bayley, presidente e CEO da Royal Caribbean International.
As acomodações são cuidadosamente projetadas para cada tipo de hóspede, com espaços diferentes para famílias de três, quatro, cinco e mais hóspedes, como a Family Infinite Balcony e a Surfside Family Suite — com espaço especial para crianças — e a Ultimate Family Townhou, com três andares. Nas melhores vistas para o lado externo do navio estão as suítes Sunset Corner e as Panoramic Ocean Views, no AquaDome.
Partindo da ideia de oferecer uma ideia de cidade flutuante, o Icon os the Seas tem o seu próprio Central Park: um refúgio natural ao ar livre onde mais de 13 mil plantas e árvores tropicais se alinham por caminhos sinuosos e escalam quatro paredes vivas. Tido isso em um espaço de cinco decks de altura. Ao todo, o navio tem oito “bairros”.
Cachoeira interna
Localizado na parte superior da proa do navio, o AquaDome é um oásis tranquilo durante o dia. Os hóspedes podem desfrutar da vistas do oceano e uma cachoeira interna enquanto desfrutam de uma refeição ou bebida. À noite, torna-se uma espécie de casa shows de água. O local de entretenimento leva arte e tecnologia de ponta a novas alturas, com uma piscina transformadora, quatro braços robóticos, projeção de última geração e mais.
Para quem gosta de opções artísticas, o Icon of the Seas apresenta, em um musical, a primeira versão de O Mágico de Oz no mar. Na apresentação, os conhecidos personagens flutuam sobre o público e arriscam um design diferenciado com efeitos de palco nunca antes vistos, mais de 600 tipo de fantasias e a música original do filme interpretada por uma orquestra de 16 peças.
Vagas a partir de março
No site da Royal Caribbean é possível agendar e comprar as passagens, disponíveis para março deste ano até 2026. A duração é sempre de sete noites, mas os pacotes variam de acordo com os locais visitados antes de chegar na ilha e o posicionamento e tipos de acomodações: vista interna, vista externa, cabine com varanda ou suítes. Todas as viagens partem e voltam de Miami, podendo passar por mais ou menos cidades do Caribe.
Os interessados podem escolher o número de cabines (cada uma abriga a média de quatro hóspedes) e o tipo do quarto. Depois de preencher o formulário com os dados dos visitantes, é possível efetuar o pagamento com o cartão de crédito.
Preocupação ambiental
Em 22 de janeiro, cinco dias antes da primeira viagem, um evento teve como protagonista o embaixador da embarcação, o astro de futebol Lionel Messi, que apertou um botão e uma garrafa de champanhe se chocou contra a proa do Icon of the Seas. Assim, foi batizado o maior navio de cruzeiro do mundo em seu porto base de Miami, cidade onde o argentino joga atualmente.
Durante o lançamento, a Royal Caribbean informou que o navio seria alimentado por gás natural liquefeito (GNL), combustível fóssil considerado uma alternativa mais limpa ao óleo pesado que costuma ser utilizado na indústria de cruzeiros.
No entanto, ambientalistas se mostram preocupados com o uso a longo prazo do GNL. Ainda que emita cerca de 25% dióxido de carbono a menos do que os combustíveis marinhos convencionais, o combustível é formado basicamente por metano, gás que retém mais calor na atmosfera do que o produto originalmente empregado.
O Conselho Internacional sobre Transporte Limpo (ICCT) divulgou relatório apontando que as emissões de metano dos navios movidos a GNL são superiores às determinadas pelas leis atuais.
— Os motores de baixa pressão, de combustível duplo, de quatro velocidades emitem, em média, mais de duas vezes mais as emissões de metano do que o estabelecido pela União Europeia e mais de 80% mais do que o previsto pela Organização Marítima Internacional (OMI) — relatou o diretor do programa marítimo do ICCT, Bryan Comer.
Segundo a Royal Caribbean, o GNL era o combustível alternativo mais viável durante a criaçãodo projeto do cruzeiro, há mais de 10 anos. A empresa planeja lançar um navio com um motor de três combustíveis projetado para acomodar metanol, considerado mais promissor para atingir a navegação com emissão zero de carbono.