Robusta, a nova opção SE com câmbio automático da Frontier repetiu o bom comportamento das versões superiores. Com o mesmo conjunto propulsor, manteve o conforto e a dirigibilidade mas com menos conectividade e recursos eletrônicos. Rodamos 1.100 quilômetros com uma Nissan Frontier SE AT 4X4 que tem preço de R$ 267.690.
Vocação para o trabalho e opção de entrada com câmbio automático, a SE AT surpreendeu pelo conforto, dirigibilidade e comportamento dinâmico. Repetiu o reduzido nível de ruído interno e a boa suspensão que, mesmo sem proposta aventureira da Pro-4X, ignorou as irregularidades do pavimento ou ao rodar na terra e na areia da beira da praia.
Os faróis com máscara negra e os auxiliares de neblina com moldura preta, a grade tipo colmeia com moldura cromada, o para-choque e a capa dos retrovisores na cor da carroceria diferenciam a SE.
Também as maçanetas externas e da carroceria em preto como as molduras das portas.
No mais, a SE AT repete a identidade visual da marca para picapes com lanternas traseiras em LED.
Generoso espaço para cinco ocupantes, direção hidráulica e volante multifuncional com ajuste de altura, o interior da SE AT tem revestimento em tecido, quadro de instrumentos de sete polegadas com mostradores analógico e tela digital. O ar-condicionado manual tem saída para o banco traseiro. Nos dutos das extremidades, porta objetos, mantém garrafas refrigeradas.
Sem multimídia e câmera de ré e 360º, o sistema de som inclui rádio AM/FM, cd player e Bluetoof. A picape traz ainda tomadas de 12V e entradas auxiliar, USB-A e USB-C. A A Frontier leva até 1.054 litros e 1.043 quilos de carga.
Asfalto, terra e areia
O comportamento da SE remeteu ao da Pro-4X com que rodamos em Puerto Yguazu, na Argentina, e nas ruas e estradas gaúchas. Claro, diferenciado pelo acabamento mais simples e pela falta de alguns recursos eletrônicos de segurança e para rodar em qualquer terreno existentes na versão aventureira topo de linha. Também a ausência das câmeras de ré e 360º que facilitam a condução considerando as dimensões da picape Nissan.
Os objetivos da avaliação da SE com câmbio automático e da PRO-4X foram diferentes.
Embora compartilhem o mesmo conjunto propulsor e equipamentos, observamos as características das duas versões. Uma para o trabalho e a outra aventureira com recursos para enfrentar qualquer terreno.
Os 190 cavalos e 45,9 kgfm do motor biturbo combinados com o câmbio automático de seis velocidades garantiram potência e força no asfalto quanto fora de estrada. Com sistema redutor catalítico (SCR) com ARLA 32, o propulsor atende às normas de emissões L7.
O porte avantajado impõe respeito e, como as demais versões da Frontier que avaliamos, a SE rodou fácil mas ruas. As acelerações, as retomadas de velocidade e as ultrapassagens atenderam rápidas às pressões no acelerador. Para quem está acostumado com direção elétrica, o sistema hidráulico pesou nas manobras de estacionamento. Ainda mais em vagas apertadas, apenas com sensores e sem o auxilio das câmeras de ré e de 360º.
Repetimos os percursos nas rodovias do litoral gaúcho e o comportamento foi perfeito.
Nas BR/290 entre Porto Alegre e Osório e na 101, em direção a Torres, o cuidado foi para manter os limites de velocidade. O que também ocorreu na Estrada do Mar quando sobrou potência e força para o conjunto propulsor.
A nova suspensão recalibrada está entre os destaques da Frontier. Independente com braços duplos na frente e ancoragem múltipla do eixo rígido traseiro com molas helicoidais e barra estabilizadora, tipo sistema multilink, é macia sem comprometer a estabilidade. Na estrada, em velocidades elevadas, foi reduzido balanço da carroceria quanto da caçamba quando vazia.
A suspensão enfrentou as estradas de terra e a areia da beira da praia com a mesma tranquilidade do asfalto. Nas duas situações, a SE rodou no modo normal de tração 4x2 sem a necessidade do uso da tração integral.
A versão de entrada com câmbio automático conta com seis airbags – frontais, laterais e de cortina -, bloqueio eletrônico do diferencial, controles eletrônicos de velocidade, de tração, estabilidade, de partida e descida em rampa, freios ABS com controle eletrônico de frenagem e assistência de frenagem, entre outros recursos.
Consumo de diesel da SE AT no nosso test-drive ficou pouco abaixo em relação a Pro-4X. As médias na cidade foram de 8,9 km/l a 10,1 km/l. Em velocidade constante na estrada, ficaram de 10,5 km/l a 15,3 km/l (80 km/h) e de 9,9 km/l a 14,1 km/l (110 km/l).
Conclusão
A Frontier SE, desenvolvida para o trabalho, evoluiu com a nova versão com câmbio automático SE AT. O comportamento da picape Nissan na cidade e na estrada remeteu à opção topo de linha, com menos conectividade e recursos eletrônicos de o apoio à condução. O conjunto propulsor e a suspensão garantiram o bom desempenho com ótima estabilidade e baixo nível de ruído mesmo nos pisos adversos.
A SE AT avançaria com a substituição da direção hidráulica pela de assistência elétrica. Como sempre, na decisão de compra é importante avaliar a relação custo/benefício em relação ao uso e na comparação com as demais versões da Frontier e concorrentes.