Ficou muito claro com o episódio da troca de comando técnico do Grêmio e na busca por um vice-presidente de futebol que há, dentro do Conselho de Administração do clube, dois nomes em potencial para a sucessão de Romildo Bolzan Júnior na presidência após 2022. Não só a presença nos noticiários faz dos nomes de Marcos Herrmann e Cláudio Oderich postulantes naturais ao cargo.
Amigos de ambos e companheiros de grupos políticos admitem claramente que há a possibilidade de candidaturas, seja de um deles ou até dos dois, num possível enfrentamento entre parceiros de diretoria. Há, porém, pelo menos quatro outras figuras que possuem qualificativos, serviços prestados e apoiadores para uma disputa presidencial.
Presente no Grêmio atual quase que dividindo o comando com Romildo Bolzan, o nome do CEO Carlos Amodeo começou a ser citado recentemente. A aproximação do departamento de futebol lhe dá uma experiência importante, bem como o vasto conhecimento e a participação direta na vida financeira e administrativa do clube.
Contra ele há o fato de ser conselheiro licenciado, algo que precisaria ser revertido com seu afastamento das funções profissionais. Isso lhe dá pouco lastro político, a não ser que seja indicado como nome oficial de situação. Por certo tal situação, em caso de disputa eleitoral, gerará contestação de movimentos oponentes.
Desde que saiu da vice-presidência de futebol na condição de campeão da América, Odorico Roman passou a ser considerado um provável candidato à sucessão presidencial tricolor. A passagem pelo Conselho de Administração e o comando do departamento mais importante do clube garantem bons pré-requisitos, bem como a proximidade com o experiente Adalberto Preiss, vice-presidente do clube e uma espécie de seu mentor no grupo político e como dirigente. Quem acompanha as redes sociais vê a intensa atividade e influência de Roman.
Natural também e com apoios importantes de conselheiros sem grupo político definido surge o nome de Carlos Biedermann. O atual presidente reeleito do Conselho Deliberativo vem atuando fortemente como dirigente gremista desde os tempos da presidência de Fábio Koff, nos anos 1990. Sua especialidade é a área financeira e administrativa, onde atua na sua vida profissional como empresário, consultor de grandes companhias e participante de diretorias de entidades, como a Federasul, da qual foi vice-presidente.
Politicamente, Biedermann não é vinculado a nenhum movimento organizado de sócios ou conselheiros, mas sua eleição para o atual cargo fez parte de uma grande construção política dos chamados "independentes". Algo semelhante pode ser tentado visando o pleito sucessório de Bolzan. Sua presença é frequente em encontros da gestão executiva gremista.
Um verdadeiro e antigo sonho eleitoral gremista também é lembrado e alimenta algumas esperanças entre conselheiros. Há mais de 30 anos se fala na possibilidade de Raul Régis de Freitas Lima assumir a presidência tricolor. O ex-vice jurídico, vice de futebol e presidente do Conselho Deliberativo jamais aceitou concorrer. Régis é visto como um nome histórico, acima das brigas políticas e com total conhecimento do clube. Embora improvável como candidato, jamais será surpresa a especulação de seu nome.
Faltando mais de um ano para a escolha do sucessor de Romildo Bolzan, possivelmente outros nomes serão especulados ou até confirmados como candidatos à sua sucessão. O atual presidente, da mesma maneira que rechaça o tema quando se fala de uma possível licença para concorrer ao governo do Estado, nunca falou sobre um possível indicado para a presidência gremista como situação. Embora oficialmente isso seja fundamental para abrir o processo, informalmente o assunto cresceu muito nos últimos dias.