Apesar da necessidade de mudanças, a direção do Grêmio decidiu não mexer na estrutura do departamento de futebol. Na avaliação do presidente Romildo Bolzan Jr., o hiato de apenas três dias entre o fim da última temporada e o início da próxima torna inviável uma alteração radical. A novidade mais significativa é o aumento do protagonismo do CEO do clube Carlos Amodeo.
Embora não tenha sido oficialmente anunciado como diretor-executivo, cargo vago desde a saída de Klauss Câmara, Amodeo, na prática, assumirá as funções de gestor profissional do futebol gremista, negociando contratações, definindo renovações e tomando decisões estratégicas da pasta, ao lado do técnico Renato Portaluppi e do presidente.
O clube decidiu ainda que não nomeará um novo vice de futebol para o lugar de Paulo Luz, que deixou o cargo nesta segunda (8). Romildo participará mais do dia-a-dia do CT Luiz Carvalho, acumulando, na prática, as funções políticas do futebol. Na avaliação da direção, não haveria tempo para maiores mudanças, com a temporada 2021 já em andamento e um confronto decisivo de Libertadores pela frente.
— Neste momento, vamos ter de fazer várias correções de rumos. Vamos reformular por dentro e já estamos fazendo isso. Eu e o Amodeo estaremos mais próximos do futebol. Ele vai fazer as funções executivas do futebol, e eu também estarei muito próximo — declarou Romildo.
Experiente na gestão corporativa de grandes empresas, Amodeo é o executivo geral do Tricolor desde junho de 2017 e é bastante elogiado internamente pelo bom desempenho das finanças do clube sob a sua gestão. Após um superávit de R$ 2,7 milhões em 2017, o clube registrou superávits de R$ 54 milhões, em 2018, e R$ 22 milhões, em 2019. Já no ano de 2020, cujo balanço ainda não foi fechado, as contas permaneceram no azul, mesmo com as perdas de receitas provocada pela pandemia.
A ideia da direção com a participação de Amodeo é de que a eficiência administrativa do clube seja transferida para os investimentos em contratações tão pedidos por Renato. O desafio do dirigente será viabilizar a chegada de reforços de alto nível nacional e até mundial, sem comprometer o orçamento. O CEO é considerado o nome ideal para esse trabalho.
— Os processos terão algumas situações de mais controle e fiscalização. Temos que reformular por dentro. Esta foi a nossa escolha. Não vamos fazer rupturas porque temos a necessidade de jogar já amanhã (quarta) pela Libertadores. Então, não podemos começar um processo novo. Temos que melhorar, e para isso temos que fazer as modificações por dentro — finalizou Romildo.