Está muito próximo de se escalar o time considerado ideal por Renato Portaluppi para a decisão da Copa do Brasil. O treinador talvez diga, bem ao seu estilo, que já tem a equipe definida para o primeiro jogo do Grêmio contra o Palmeiras, mas se sabe que há uma posição aberta. Mesmo que possa se considerar que Bruno Cortez surgiu como candidato na lateral esquerda, a vaga aberta está na zaga, onde Geromel não jogará e deixa uma lista tríplice de substitutos para o técnico.
A torcida se divide entre Rodrigues, Paulo Miranda e David Braz na preferência, e a ordem parece ser exatamente esta. Se há uma disputa mais acirrada está entre os dois primeiros. Ainda que, tendo sido até capitão do time no atual Brasileirão e considerado efetivamente o terceiro titular da zaga, Braz perdeu muito terreno desde a eliminação para o Santos na Libertadores, seja na avaliação do técnico, seja na dos torcedores.
Realmente, a fase do zagueiro não é boa, e o primeiro gol do Botafogo na última segunda-feira (8) foi prova disto — uma derrota pessoal incontestável para o botafoguense Rafael Navarro. A favor do defensor para sonhar com a titularidade na final da Copa do Brasil há apenas um retrospecto de, entre os concorrentes, ter sido o que apresentou melhores momentos, mereceu mais elogios e demonstrou constância até se machucar e não voltar bem.
As lesões sempre foram adversárias rudes de Paulo Miranda, desde que chegou ao Grêmio há três anos. Diferentemente de David Braz, ele nunca se afirmou como reserva imediato de Geromel ou Kannemann por estar diversas vezes afastado, entregue ao departamento médico. Isto também nunca lhe deu um ritmo de jogo ideal. Se ele goza de uma preferência por parte de Renato para a decisão que começa no dia 28 deste mês, é bom que o treinador providencie uma sequência de jogos para o zagueiro.
O vestibular de defensores gremistas está com muito jeito de que vai premiar o mais jovem dos candidatos. Rodrigues foi opção imediata de Renato Portaluppi após a lesão de Geromel. Por mais que tenha demonstrado nervosismo em algumas partidas, tem mais vigor físico e velocidade do que os outros dois postulantes à vaga de titular.
De parte do torcedor, há uma divisão que não o torna um jogador rejeitado — ao contrário. O índice de aprovação chega a ser superior ao dos concorrentes. Por certo, haverá novas chances, testes ou provas, como possam ser chamadas as oportunidades até do final do Brasileirão, e provavelmente o garoto será parceiro do titular Kannemann, o que também é um indício.
A verdade é que, sem Pedro Geromel, e dispondo destas três opções, Renato Portaluppi tem motivos para usar qualquer uma das alternativas, bem como estará diante de preocupações com as três. Não há nitidamente algum suplente que apresente uma vantagem tão grande sobre o outro e que forneça argumentos definitivos a quem tem uma preferência.
Não se poderá acusar o treinador de um erro antecipado. Ele correrá o risco do equívoco, mas isto só o jogo dirá. Caberá ao comandante uma escolha e arcar com as consequências, seja com a crítica feroz ou com o reconhecimento pelo acerto.