A apresentação do centroavante Diego Churín mostrou um jogador de boa fala, ideias claras e conhecimento do clube em que chega. Não é para menos. Embora não querendo perdê-lo no seu time, o treinador do Cerro Porteño, Francisco Arce, foi um incentivador da transferência. "Chiqui" Arce, um dos maiores laterais da história tricolor, deu ao Grêmio seu aval para o atacante, que chega para ser inicialmente alternativa a Diego Souza.
Embora não tenha falado com Renato Portaluppi — os dois praticamente não se conhecem — , Arce teve outros interlocutores gremistas para os quais confirmou características de Churín.
Muito se fala da capacidade do argentino na bola aérea, mas o técnico tratou de ressaltar que ele atua bem nas jogadas combinadas dentro da área com bola rasteira e o vê se tornando ídolo da torcida. Aliás, cair nas graças dos tricolores é algo que o ex-lateral sabe muito bem, tendo sido um dos mais queridos atletas do grande time do Grêmio da década de 1990.
A relação de Arce com o Grêmio segue existindo, ainda que apenas no sentimento e em colaborações eventuais como o aval para Churín. Há, entretanto, uma conjunção de fatores fazem crer que não é impossível que, no futuro, ele venha a treinar o tricolor.
O técnico do Cerro Porteño atualmente comanda um time que, talvez num exagero, os paraguaios chamam de "Bayern do Paraguai". Sua carreira, iniciada há 10 anos, já conta com três títulos nacionais no seu país e duas passagens pela seleção paraguaia, a última nas Eliminatórias para a Copa da Rússia.
Além disso, o profissional admite que tem influência direta de três grandes treinadores gaúchos com os quais trabalhou e foi campeão: Valdir Espinosa, Paulo César Carpegiani e Luiz Felipe Scolari.
Pensar o Grêmio um dia treinado por Chiqui Arce é lembrar que, daquela equipe que ele fazia parte, dois companheiros titulares já estiveram como técnico: Adilson Batista e Roger Machado — bem como o suplente Vagner Mancini.
Quanto ao estilo preferido, há uma semelhança com o que prega Renato, com jogo de toque de bola e propositivo, "à brasileira", conforme gosta de falar. Além disso, Arce não nega que pensa em, no futuro, trabalhar no Brasil, onde também atuou no Palmeiras, outra porta que um dia pode se abrir.
Num Brasil que definitivamente se abriu para os treinadores estrangeiros, quem sabe, quando chegar a vez dos gremistas, eles busquem o comandante no Paraguai.