Um ano antes da eleição, a disputa pela Presidência já monopoliza as atenções e os debates no Brasil. Pelo jeito, vamos cair no mesmo erro, outra vez.
O chefe do Executivo é uma figura relevante, não há dúvida. Mas, depois que assume, faz pouco ou quase nada sem o Congresso.
É nessa relação, tantas vezes nebulosa, que reside o maior desafio do país. Por isso, a equação democrática precisa de mais cuidado com os votos para deputado e senador. Não apenas na hora da escolha, mas depois, assim como ocorre com o presidente, que drena os aplausos e os apupos da opinião pública, como se fosse o único que importa.
Os problemas e as soluções do Brasil passam pelo Congresso que, com a banalização da palavra impeachment, ganha força descomunal e desproporcional.
Nesse caso, a questão não é o sistema de governo. Há quem aposte no parlamentarismo como solução mágica para corrigir questões que passam por outra lógica, a da ética, do respeito à democracia e da vocação para servir aos outros. Não há sistema que resista à fraqueza moral dos indivíduos e a votos descuidados em parlamentares tantas vezes simpáticos, mas ineficientes.