Foram 10 dias intensos. Na viagem à Europa, o governador Eduardo Leite e seus secretários tiveram compromissos em cinco cidades diferentes, viajando de avião, ônibus e trem. A agenda que começou no dia 13 de abril por Verona (Itália) terminou nesta segunda-feira (22) na Feira de Hannover (Alemanha). Leite visitou pela primeira vez a megaexposição industrial que hoje é uma grande mostra de tecnologia avançada.
Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, Leite avaliou a missão à Europa como produtiva, seja pelos negócios alinhavados, seja pelo que viu e que pode servir de inspiração para o Estado.
O governador citou o encontro com a direção da Nordex, que poderá investir na construção de torres para parques eólicos. Para isso, é preciso que deslanchem os projetos que estão encaminhados — alguns já receberam licença de instalação, mas os investidores esperam por melhores condições para dar início ao empreendimento.
Em todos os encontros com empresários as palavras sustentabilidade, transição energética e energia limpa pontuaram as conversas. E em todas as apresentações, Leite garantiu que o Rio Grande do Sul tem todas as condições para receber investimentos nessas áreas.
Na Feira de Hannover, Leite falou em um encontro Brasil-Alemanha. Destacou as reformas feitas no seu governo, as concessões e o ambiente de negócios no Rio Grande do Sul, sempre apresentado como centro do Mercosul.
Outro objetivo que Leite considera atingido foi o estreitamento de laços institucionais com a Itália e a Alemanha, dois países de onde mais saíram imigrantes que ajudaram a construir a identidade do Estado.
Para dar conta da agenda, o governador escalou secretários para entregarem convites a autoridades para participarem das celebrações que marcarão os 200 anos da imigração alemã, neste ano, e os 150 da Italiana em 2025.
De volta ao túnel do tempo
Quando desembarcar em Porto Alegre nesta terça-feira (23), o governador Eduardo Leite terá a sensação de estar voltando ao final de novembro de 2023, porque o tema do aumento do ICMS será preponderante na sua agenda. O governo sabe que não será fácil aprovar a elevação da alíquota, mas confia na compreensão dos integrantes da base aliada em relação ao futuro.
Nos encontros dos quais Leite participou na Europa, ninguém perguntou de quanto é o imposto no Rio Grande do Sul, reforçando a convicção dele de que os fatores de competitividade são outros:
—Os empresários querem saber se temos mão de obra qualificada, como são as nossas universidades, qual é o perfil da economia do Estado —relatou.
Imposto de 19%
Como na Alemanha o Imposto sobre Valor Agregado (IVA) é de 19%, esse número virou motivo de brincadeiras entre os secretários e deputados da comitiva gaúcha.
Todos sabem que a lógica do IVA é outra, mas a coincidência foi usada para descontrair o ambiente.
Dos oito deputados que acompanharam a comitiva na Europa, o governo espera o voto de pelo menos seis. Cláudio Branchieri (Podemos) é a exceção. O presidente da Assembleia, Adolfo Brito (PP), só vota em caso de empate.