A frase "a eleição acabou" vale tanto para os inconformados com os resultados que armaram barracas em frente aos quarteis quanto para o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Alexandre de Moraes. Sua atuação foi importante para impedir que as notícias falsas contaminassem a eleição, mas o ministro está passando dos limites e isso só serve para acirrar os ânimos.
A última do ministro foi determinar o bloqueio da conta do economista Marcos Cintra nas redes sociais por espalhar desinformação sobre as urnas eletrônicas. Não contente, mandou a Polícia Federal Federal ouvir Marcos Cintra em 48 horas sobre o conteúdo de suas críticas ao sistema eleitoral. O Twitter já bloqueou a conta.
O ministro não pode se outorgar o papel de polícia do pensamento. Nem Moraes nem ninguém conseguirá evitar que as pessoas repassem notícias falsas, seja por má fé, seja por ignorância. Só falta o ministro chamar para depor os tolos que acreditaram na intervenção de uma certa Stephanie Germanota, suposta juíza da Corte Internacional de Haia, para mudar o resultado da eleição, e passaram os cards adiante por não saber que esse é o nome verdadeiro de Lady Gaga.
Cintra é o famoso quem mesmo? Ah, o vice de Soraya Thronicke (União Brasil), autor da proposta de imposto único. Quem entrar no perfil @MarcosCintra vai encontrar o carimbo de "conta retida". O professor tem escassos 51.771 seguidores. Convenhamos que não é um comentário dele em rede social que ameaça à democracia.
O ministro Alexandre de Moraes corre o risco de se desmoralizar com sua caça às bruxas. Melhor desmentir as notícias falsas do que dar holofote, pela censura, aos que acreditam e espalham teorias conspiratórias.
Palmas para Dilma no show de Chico
Na terceira noite de apresentação de Chico Buarque e Mônica Salmaso, em Porto Alegre, sábado, a ex-presidente Dilma Rousseff foi saudada pelo público na chegada ao lugar que ocupou, perto do palco.
Quando percebeu que era ela, o público começou a cantar "olê, olê, olê, olá, Dilmaaaa, Dilmaaaa". Antes de o show começar, a ex-presidente atendeu a dezenas de pedidos para tirar fotos com quem estava nas cadeiras próximas.
Aliás, Dilma era a única pessoa alheia à produção autorizada a entrar no camarim do músico, de quem é fã e amiga.