Com a nomeação do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) para coordenar a transição pelo lado do futuro governo eleito, trava-se nos bastidores uma disputa interna pelo poder na montagem do primeiro escalão. A tensão entre o ex-ministro Aloizio Mercadante (PT) e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, vem do tempo da campanha e se acentuou depois da vitória.
Pela natureza do cargo, Gleisi é a face visível das negociações políticas, mas a imagem de Mercadante está mais preservada. Ex-ministro da Educação e da Casa Civil, o economista saiu ileso dos dois escândalos que abalaram o PT, o mensalão e o petrolão. O mesmo não se pode dizer de Gleisi, mas Lula tem nela uma companheira fiel que nunca hesitou em ir para a linha de frente defendê-lo.
A equipe só começará a tomar forma depois que Lula retornar da COP-27, no Egito. Até lá, sobram especulações, mas dois nomes do PT de São Paulo estão garantidos no primeiro escalão: Mercadante e Fernando Haddad.
Do Rio Grande do Sul, a pessoa mais próxima de Lula hoje é o deputado federal Paulo Pimenta, presidente estadual do PT. Manuela D’Ávila (PCdoB), que concorreu a vice de Haddad em 2018, está queimada no PT gaúcho por não ter usado todo o seu potencial para pedir votos para Edegar Pretto. Petistas acreditam que, se ela tivesse se empenhado, Pretto teria ido para o segundo turno, já que faltaram 2.441 votos.