O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.
Vídeo pró-manifestação
O presidente Jair Bolsonaro enviou a amigos, via WhatsApp, dois vídeos de convocação para as manifestações programadas para o dia 15 de março, em defesa de seu governo. O protesto tem como principal alvo o Congresso Nacional e foi convocado após reclamação do general Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), sobre pressão de parlamentares para decidir o destino de parte do orçamento.
Bolsonaro chegou a publicar um esclarecimento em que diz que a mensagem teve cunho pessoal. Depois, erroneamente, disse que o vídeo fazia referência a atos de 2015.
Reações no Congresso e no STF
O vídeo enviado por Jair Bolsonaro gerou reação entre congressistas e entre membros do Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que criar tensão institucional não ajuda o país a evoluir. Para o líder da oposição, Alessandro Molon (PSB-RJ), líderes do Congresso devem se reunir para discutir ações concretas em resposta ao presidente.
Já o ministro do STF Celso de Mello afirmou que Bolsonaro "não está à altura do altíssimo cargo que exerce”. Seu colega Gilmar Mendes frisou que as instituições “devem ser honradas por aqueles aos quais incumbe guardá-las".
Os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva também repudiaram o ato de Bolsonaro.
Greve no Ceará
Mesmo depois de o Exército se juntar à mesa de negociações, a greve ilegal de policiais militares continuou no Ceará, com um grupo de amotinados ocupando um batalhão em Fortaleza. Além do reajuste salarial, os PMs querem anistia total, sem responsabilizações administrativas e criminais.
No período da greve, os homicídios no Estado passaram de uma média de nove por dia para 28 por dia.
Superávit
As contas do governo federal registraram superávit primário, que não engloba os gastos com juros da dívida pública, de R$ 44,124 bilhões em janeiro deste ano. Conforme a Secretaria do Tesouro Nacional, esse foi o maior superávit para meses de janeiro desde 1997, quando iniciou a série histórica.
Melhor do que a previsão de analistas do mercado financeiro, o número representa um crescimento real de 41% em relação ao mesmo período do ano passado.
Gastos com diárias
Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE) apresentaram notas fiscais de baixo valor para justificar despesas com diárias. Conforme reportagem da RBS TV, em 2019, a Corte desembolsou quase R$ 2 milhões com esse tipo de gasto.
Juntos, os sete conselheiros receberam R$ 253 mil em diárias no ano passado, mas apresentaram notas que somam R$ 48 mil.
O porta-voz do TCE, conselheiro-substituto Alexandre Mariotti, explicou que essa diferença ocorre porque, para comprovar as diárias, basta apresentar uma nota de qualquer valor, já que a finalidade não é comprovar o gasto, apenas a viagem.