Prisão de Carús abala o MDB
O vereador e presidente do MDB de Porto Alegre, André Carús, foi preso por suspeita de extorquir assessores. A prisão provocou um forte abalo no partido, já que caberia a Carús comandar as negociações para a formação de alianças na eleição de 2020 e a definição do candidato a prefeito da Capital.
Logo depois de ser preso, o vereador, que nega as acusações, pediu afastamento do cargo de presidente. Em seu lugar assumiu o 1º vice-presidente, deputado estadual Tiago Simon. Carús também se licenciou do mandato na Câmara Municipal.
"O partido entende que os fatos devem ser apurados pelas instituições competentes e espera que a verdade apareça", diz a nota divulgada pelo MDB horas após a prisão.
Com três vereadores da legenda avaliando a possibilidade de sair do partido (Valter Nagelstein, Mendes Ribeiro e Nádia Gerhard), a bancada emedebista corre o risco de extinção na eleição de 2020, se não conseguir compor uma lista sólida de candidatos.
Começa CPI contra Marchezan
A Câmara Municipal de Porto Alegre instalou a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que irá apurar o funcionamento do Banco de Talentos da prefeitura e outras supostas irregularidades na gestão de Nelson Marchezan.
A CPI foi criada a pedido do vereador de oposição Roberto Robaina (PSOL), que ficou com a presidência da comissão e, na proposta de atividades, sugere a quebra de sigilo do prefeito e de outras duas pessoas.
Os principais argumentos usados para abrir a investigação são os mesmos que embasaram um pedido de impeachment, já negado pela Câmara, contra o prefeito. O vereador escolhido para relatar a CPI foi Wambert Di Lorenzo (PROS), que faz parte da base aliada de Marchezan.
Em entrevista à Rádio Gaúcha, o prefeito classificou a CPI como um “deboche com a inteligência do cidadão”.
Reforma é aprovada no Senado
O plenário do Senado aprovou, em primeiro turno, o texto da reforma da Previdência. O único destaque aprovado pelos parlamentares derrubou a alteração na regra do abono salarial, diminuindo em R$ 74,6 bilhões a economia prevista pelo governo de Jair Bolsonaro.
O texto da Câmara dos Deputados restringia o benefício aos trabalhadores que recebem salário de até R$ 1.364,43 por mês. Com a retirada desse ponto do texto, os critérios atuais, que concedem o abono para quem recebe até dois salários mínimos, devem seguir valendo.
Pontos principais da proposta, como a idade mínima e tempo de contribuição, não foram alterados na passagem da matéria pelo Senado. Ao não incluir ou modificar trechos, os senadores impediram a volta do texto principal à Câmara .
Ameaça de Guedes preocupa prefeitos e governadores
O ministro da Economia, Paulo Guedes, fez uma ameaça que alarma prefeitos e governadores ao aventar a possibilidade de descontar dos Estados e municípios a perda de receita decorrente das mudanças impostas pelo Senado na reforma da Previdência.
A mudança aprovada pelos senadores, que beneficia trabalhadores de baixa renda, reduz em R$ 76,4 bilhões a economia prevista com a reforma da Previdência em 10 anos. É esse valor que o ministro quer compensar no novo pacto federativo, que deve se materializar com a reforma tributária.
Se Guedes levar a proposta a cabo, gestores regionais devem botar as barbas de molho: da União não virá a ajuda para tirar as contas do vermelho.
Salários só no dia 15
O calendário de pagamento dos salários de setembro dos servidores ligados ao Poder Executivo do Rio Grande do Sul prevê o primeiro pagamento apenas para o dia 15 de outubro. Nessa data, receberão os servidores que ganham até R$ 2,5 mil líquidos (54% dos contracheques). Para quem recebe acima desse valor, o governo vai pingar R$ 1 mil em 16 de outubro.
A parcela seguinte, de R$ 3.350, virá apenas em 12 de novembro e a quitação total da folha de setembro está prevista para 13 de novembro, a menos que entrem recursos extraordinários.
Fracassada a tentativa de vender ações do Banrisul, o governo do Estado fechou setembro sem perspectiva de quitação em dia dos salários. Com a persistência do atraso, o governador Eduardo Leite fica de mãos amarradas para propor à Assembleia projetos que vão impor sacrifícios ao funcionalismo.
Emendas em xeque
Deputados de MDB, PT, PDT e PSOL começaram a atuar para esvaziar os planos do governo estadual de garantir R$ 55 milhões em emendas a parlamentares. As quatro bancadas propuseram formalmente destinar o valor para a Consulta Popular - programa estadual em que a população define o destino de recursos do orçamento.
Para avançar, as bancadas precisam aprovar na Comissão de Finanças a emenda que destina os R$ 55 milhões à Consulta Popular.
A união com a oposição para tentar derrubar as emendas individuais de R$ 1 milhão por deputado evidenciou mais uma vez o distanciamento do MDB, maior bancada da base, com o governo Eduardo Leite (PSDB).