Renúncia de Evo
Após três semanas de protestos nas ruas em razão de suspeitas de fraude na eleição do dia 20 de outubro, Evo Morales, no poder havia 13 anos na Bolívia, renunciou no domingo (10). O anúncio veio após pressão das forças armadas, que sugeriram que o presidente deixasse o cargo para pacificar o país. Antes, a Organização dos Estados Americanos (OEA) divulgou o resultado de sua investigação, que concluiu a existência de irregularidades no pleito. Governos e políticos alinhados com Evo denunciaram golpe.
Esquerda unida
Na Espanha, os socialistas venceram as eleições de domingo (10), mas não conseguiram maioria para governar. Um acordo, fechado na terça (12), uniu os partidos de esquerda e permitirá a formação de um gabinete. Como pano de fundo do processo eleitoral, a extrema-direita, a exemplo de outras nações europeias, saiu fortalecida.
Périplo paro o exílio
Com risco de ser preso, Evo Morales aceitou o asilo político concedido pelo governo do México. O avião da força aérea mexicana precisou fazer um périplo por várias capitais latino-americanas após ter autorização para pouso e sobrevoo de espaços aéreos negados por vários governos. O ex-presidente chegou à Cidade do México na terça-feira (12).
Autoproclamação
Diante do vazio de poder na Bolívia, com a renúncia de primeiro e segundo escalões, a segunda vice-presidente do Senado, Jeanine Añez, se autoproclamou presidente na terça-feira (12). O gesto é questionado porque não houve votação no Congresso por falta de quórum. Ela foi reconhecida como presidente pelo Tribunal de Justiça e por países como o Brasil. Apoiadores de Evo veem golpe dentro do golpe.
Impeachment nos EUA
Na quarta-feira (13), começou a fase pública do processo de impeachment de Donald Trump, nos Estados Unidos. O primeiro a testemunhar foi William Taylor, diplomata americano na Ucrânia. Segundo o depoimento, há evidências de que Trump queria investigar as ações do rival Joe Biden no país.
Brics no Brasil
As crises na Bolívia e na Venezuela foram os temas ausentes mais presentes do encontro dos Brics, na quarta (13) e quinta-feira (14), em Brasília. A invasão da embaixada venezuelana na capital federal por apoiadores de Juan Guaidó constrangeu o Brasil no dia da abertura da cúpula do grupo, que reúne além do anfitrião, Rússia, China, Índia e África do Sul. Falou-se de problemas no Sudão, Iêmen, Coreia do Norte e Síria, e, ao menos oficialmente, ignorou-se os temas sul-americanos.
Constituinte chilena
Quatro semanas depois da eclosão de protestos, esquerda e direita no Chile fizeram um acordo, na sexta-feira (15), que dará início ao processo de uma nova Constituição para o país. Essa era uma das principais reivindicações dos manifestantes. Um plebiscito será realizado em abril.