Essa votação para escolher uma logomarca para Porto Alegre, não sei se vocês viram, mas sugiro que vejam. Está lá, em marcapoa.com.br. São três opções de logotipos bonitos, modernos, sempre usando a já consagrada sigla POA – essa abreviação surgiu nos anos 1940, quando a Associação Internacional de Transportes Aéreos definiu o código de três letras para o Aeroporto Salgado Filho. Acabou virando um apelido da cidade.
Mas o que chama atenção mesmo, e por isso recomendo ao leitor que acesse o site, são as possibilidades de aplicação das logomarcas. Eu, por exemplo, votei na versão batizada de "Horizontes", que achei a mais simpática e criativa, mas, ao ver imagens da versão "Caminhos" ilustrando a lataria dos ônibus, ou da versão "Formas" embelezando estações e totens, confesso que balancei. As três têm seu charme. As três têm condições de representar uma nova Porto Alegre.
E é isso o que interessa aqui. Porto Alegre, dentro de quatro ou cinco anos – e não estou trabalhando com achismos, nem com paixão, nem com otimismo; estou projetando friamente o futuro – vai ser uma das capitais mais interessantes do país. Já deixou de ser uma das mais horrorosas: uns anos atrás, quando perguntei a artistas locais para onde eles levariam um visitante recém-chegado, foi constrangedor ver que ninguém sabia responder.
Isso mudou – e vai mudar mais. Depois da revitalização do primeiro trecho da Orla, inaugurado em 2018, vieram as obras do trecho 3, aberto ao público no mês passado com a maior pista de skate da América Latina. E veio também o Embarcadero, no Cais Mauá – o Cais Mauá, aliás, será objeto de licitação em 2022 para uma restauração de ponta a ponta.
Mas, antes disso, ainda teremos outro pedaço de Orla pronto, em frente ao shopping que toma corpo no terreno do antigo Estaleiro Só. O Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, o Harmonia, já começa a receber as primeiras atrações de uma montanha de investimentos prevista para os próximos anos. Também estão por vir a revitalização do trecho 2, no entorno do Anfiteatro Pôr do Sol, e a já encaminhada revitalização do Centro Histórico.
Nem vou me ater a projetos menores – que já têm até contrato assinado –, como o complexo gastronômico dentro da Redenção ou os portais do bairro Tristeza. O fato é que Porto Alegre será uma cidade melhor, muito melhor, e precisa de uma marca bem melhor. Uma marca que transforme o mobiliário urbano, que renda fotos no Instagram, que leve a cidade para fora do país, que orgulhe os moradores, que interaja com turistas, que estampe camisetas, que faça Porto Alegre ser vista.
As três opções de logotipos foram desenvolvidas em conjunto por 40 empresas de design e inovação. A iniciativa é do Pacto Alegre, um movimento que reúne universidades, empresários, governo e instituições para pensar o futuro da cidade. E o futuro está chegando. É legal já participar dele agora.