Quem passa pelos trechos revitalizados um e três da orla do Guaíba tem a percepção desviada para uma área abandonada em meio a tanto investimento. A extensão de 850 metros, que vai da região da Rótula das Cuias até a foz do Arroio Dilúvio, é hoje o retrato de como a cidade se importou com essa região da cidade até recentemente.
Pichada, suja, depredada e abandonada. Assim está a região onde está localizada o Anfiteatro Pôr do Sol. Inaugurado em 13 de maio de 2000, o espaço de eventos até chegou a ter show em 2019, mas a partir de uma estrutura provisória que foi montada no local. O anfiteatro está abandonado há seis anos, desde que o alvará de proteção contra incêndios venceu e não foi renovado.
Diga-se de passagem que, em março de 2020, a prefeitura tentou contratar uma empresa que ficaria responsável por tornar a região atrativa. Até uma grande roda-gigante foi projetada. Porém, a crise originada com o início da pandemia, fez com que o processo de escolha fosse suspenso.
A utilização da área foi revista. A região agora terá espaço para uma marina pública. Recentemente, a Secretaria Municipal de Parcerias lançou edital de chamamento público para estudos de viabilidade. As propostas serão recebidas em 12 de novembro.
A prefeitura quer que empresas e entidades participem na elaboração do projeto. Em agosto de 2021, empresários desenvolveram um projeto semelhante, que pretendia transformar a região em um super parque náutico.
À pedido da coluna, a secretaria fez uma projeção das próximas etapas, dentro de um cenário otimista. O projeto deverá ser aprovado pelo Conselho Gestor de Parcerias, em abril de 2022. Consulta e audiência públicas serão realizadas para ouvir a comunidade.
O edital também passará pelo Tribunal de Contas do Estado, que terá 90 dias para fazer sua análise. Dessa forma, o edital de licitação deve ser lançado em outubro do ano que vem.
Dentro de um cenário de tramitação sem questionamentos administrativos e jurídicos, há chance do contrato ser assinado nos primeiros meses de 2023. O vencedor ainda precisará obter licenças dentro da prefeitura para aprovar as obras que serão realizadas.
Sendo assim, a coluna projeta que as obras até poderão começar em 2023. Mas dificilmente serão usufruídas no mesmo ano. Dessa forma, há grandes chances de termos o trecho dois sendo utilizado a partir de 2024, se tudo der certo.