A expectativa de ganhos com um eventual avanço no acordo entre Mercosul e União Europeia (UE) não é só do setor agrícola. A posição majoritária da indústria também é favorável - com exceção de segmentos que temem as regras europeias e a concorrência no bloco latino.
Em novembro, já atenta ao possível acerto, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) assinou uma declaração conjunta com 79 entidades dos dois blocos reiterando "a relevância e urgência da conclusão do acordo".
Segundo a CNI, o tratado de livre-comércio aumentaria em quase cinco vezes a integração do Brasil ao mercado global. Crítica da "tímida" abertura do Brasil ao Exterior, a entidade avalia que os parceiros com os quais o Brasil já tem acordos permitem acesso preferencial de produtos nacionais a cerca de 8% das importações mundiais de bens. O acordo com a UE elevaria esse percentual a 37%, abrindo oportunidades de negócios em novos mercados.
Dados elaborados pela CNI apontam que, no ano passado, cada R$ 1 bilhão exportado para a UE permitiu a criação de 21,7 mil empregos, R$ 441,3 milhões em massa salarial e R$ 3,2 bilhões em produção no Brasil.
Em comparação, as vendas à China, principal parceiro comercial do Brasil, geraram 15,7 mil empregos, R$ 315,2 milhões em massa salarial e R$ 2,7 bilhões em produção a cada R$ 1 bilhão exportados no mesmo período. Os números têm base em informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).