Depois que a inflação de janeiro veio acima do previsto, com 0,42% ante expectativa média de 0,34%, o "consenso do mercado" - a maioria da centena de economistas ouvidos pelo Banco Central (BC) para o Boletim Focus - elevou a projeção para o ano.
É quase nada, 0,01 ponto percentual, de 3,81% para 3,82%, mas suficiente para desinflar as apostas no tão esperado e sempre adiado aumento da velocidade dos cortes de juro do Comitê de Política Monetária (Copom).
Para 2024, a meta de inflação que o Banco Central (BC) precisa entregar é de 3%. No entanto, o próprio mercado já vê o BC focado em atingir esse objetivo em 2025. Tanto que a maioria dos consultados mantém firme a previsão de que o juro básico chegue a 9% no final do ano, assim como o dólar em R$ 4,92 em dezembro, abaixo do patamar atual.
A luz amarela que foi acendida pela inflação de janeiro, porém, reforça que esse patamar só deve ser alcançado em setembro, depois de quatro cortes de 0,5 ponto percentual até 31 de julho. Caso isso se confirme, a Selic chegará à reunião de 17 e 18 de setembro em 9,25%. Aí mora a dúvida: o BC vai só fazer uma poda cosmética de 0,25 ponto percentual e chegar aos esperados 9% ou pode, ironicamente, surpreender com novo corte de 0,5 p.p. Vai depender do comportamento da inflação.
A trajetória esperada, se não houver surpresa
- Selic atual | 11,25%
- Corte 20/3 | 10,75%
- Corte 8/5 | 10,25%
- Corte 19/6 | 9,75%
- Corte 31/7 | 9,25%
- Corte 18/9 | 9%