Chegou a oito o número de mortes confirmadas devido à queda da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, na BR-226, entre Aguiarnópolis, no Tocantins, e Estreito, no Maranhão, no último domingo (22). Na manhã desta quinta-feira (26), mergulhadores da Marinha e do Corpo de Bombeiros dos Estados do Maranhão, do Tocantins e do Pará encontraram dois corpos. Nove pessoas continuam desaparecidas.
O trabalho de busca, que havia sido interrompido devido a suspeita de risco de contaminação do rio, foi retomado na tarde de quarta-feira (25), quando os mergulhadores encontraram dois corpos dentro de um caminhão submerso na água. Este foi o primeiro dia de buscas com mergulhadores desde a queda parcial da ponte.
Os mergulhadores também localizaram um caminhão, carregado de ácido sulfúrico, uma moto e uma caminhonete. Os veículos ainda estão submersos. Participam dos trabalhos de resgate subaquático 29 mergulhadores.
Desafios
Os trabalhos foram retomados após confirmação da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), que emitiu parecer técnico afirmando não haver risco de contaminação nas águas do Tocantins. Havia esse risco devido à queda de três caminhões que transportavam cerca de 25 mil litros de defensivos agrícolas e 76 toneladas de ácido sulfúrico, produto químico corrosivo.
Conforme o Corpo de Bombeiros do Maranhão, a operação é considerada difícil devido às características apresentadas pelo Rio Tocantins. Além da baixa visibilidade na água, a correnteza é forte e o local onde ocorreu o acidente tem cerca de 50 metros de profundidade.
“Os mergulhadores enfrentam as características do rio, que dificultam a visibilidade e se somam à correnteza forte e à profundidade do local do acidente. Além disso, a presença de destroços da ponte e a carga perigosa dos caminhões (ácido sulfúrico e defensivos agrícolas), exige cuidado extra na segurança, uma vez que esses produtos representam risco para os mergulhadores”, disse a corporação.
Segundo os bombeiros, o uso de tecnologia de mapeamento e equipamentos específicos, como o SideScan Sonar, auxiliam na localização dos veículos que ficaram submersos.
Além disso, equipes de apoio psicológico estão presentes no local para oferecer suporte às famílias.
Luto
Nesta quinta-feira (26), o governador do Maranhão, Carlos Brandão, decretou luto oficial de três dias em todo o Estado.
“Minha solidariedade aos que foram atingidos nessa tragédia. Reafirmo o nosso compromisso, junto às demais autoridades, em trabalhar para que as vítimas sejam resgatadas. Peço que Deus conforte o coração de todos!”, escreveu Brandão em uma rede social.
Na segunda-feira (23), o governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa, já havia decretado luto oficial de três dias em todo o Estado em memória às vítimas do desabamento da ponte. Em uma rede social, Barbosa disse que mantinha contato com o Ministério dos Transportes para encontrar soluções alternativas para o tráfego interrompido pela queda da ponte.
Uma das alternativas continua sendo a ponte que liga os dois Estados, na cidade maranhense de Imperatriz. Ainda de acordo com Barbosa, a primeira balsa deve chegar até o fim de semana para fazer o transporte da população que precisa cruzar Tocantins e o Maranhão.