O petróleo havia subido da faixa de US$ 85 para a de US$ 95 em menos de um mês entre agosto e setembro. A pressão era tanta que a Petrobras já avaliava um novo reajuste nos preços dos combustíveis nas refinarias.
— Estamos agora analisando a possibilidade ou não de outro reajuste até o fim do ano, mas a gente ainda não tem isso como um dado — havia dito o presidente da estatal, Jean Paul Prates na terça-feira (3), em evento comemorativo ao 70 anos da Petrobras.
Mas assim como escalou US$ 10 em um mês, a cotação do petróleo despencou 5% em um só dia na quarta-feira (4). E manteve o sinal negativo, embora mais suave, nesta quinta-feira (5). Essa queda, somada a pequenas oscilações ocorridas nos últimos dias, fez o barril do tipo brent, referência global de preços, voltar para a faixa dos US$ 85.
O que havia sido gatilho da alta há poucos dias, a divulgação dos estoques de petróleo nos Estados Unidos, desta vez, conteve o jorro de preços. Conforme o o Departamento de Energia dos Estados Unidos, houve aumento de 6,4 milhões de barris, para 226,9 milhões de barris, enquanto se esperavam ralos 400 mil de barris.
No mesmo evento em que mencionou a possibilidade de outro reajuste até o final do ano, Prates afirmou que nova "estratégia comercial" para os preços da estatal está funcionado, ao evitar "inúmeras oscilações". O que na terça foi ouvido com ao menos uma sobrancelha levantada per capita, agora parece fazer mais sentido.
Isso não significa, é claro, que o risco de um novo reajuste dos combustíveis até o final do ano esteja totalmente afastado - até porque o dólar subiu para o patamar de R$ 5 e não voltou mais. Mas a volta do petróleo à casa dos US$ 85 é uma ótima notícias que vem de longe para o controle da inflação e, em decorrência, da manutenção dos cortes na taxa de juro, ainda que lentos e graduais.