Após testar os níveis mais baixos em um ano, a cotação do dólar deu uma arrancada ainda em agosto, acentuada com sinais de que o juro básico continuará alto nos Estados Unidos dados pelo Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos), na semana passada.
Nesta quarta-feira (27), a moeda americana teve nova alta de 1,2% e fechou em R$ 5,048, pela primeira vez acima dessa barreira psicológica desde 1º de junho. No mesmo dia, a cotação do barril de petróleo deu um salto de diário de quase 3%, outro risco para a inflação.
Os sinais de que o juro ficará mais alto nos EUA têm efeito cascata: reduzem as projeções de crescimento global, limitam as projeções de negócios e provocam valorização dos títulos públicos americanos. Esse último efeito é o famoso ímã para recursos que trafegam pelos mercados em busca das melhores oportunidades. A lógica dos investidores é: se um papel de baixo risco remunera bem, por que arriscar em outro com menos segurança?
No mercado, esse movimento é chamado de "fly to quality", ou voo para a qualidade. Com o deslocamento das apostas dos mercados emergentes, como o Brasil, para os títulos americanos, cai o volume de dólares no mercado nacional e a cotação sobe.
No caso do petróleo, a alta de 2,8% levou o barril do tipo que é referência global para preços no segmento para US$ 96,55. O que inflou a cotação foi a informação de que os estoques americanos caíram 2,2 milhões de barris na semana passada, para 416,3 milhões. O problema é que havia uma projeção de queda muito menor, na casa dos 30o mil barris. Estoques nacionais baixos às vésperas do inverno no Hemisfério Norte causam preocupação. Como reflexo, as ações da Petrobras subiram mais de 3% - em sinal de expectativa por novo aumento dos combustíveis - e seguraram a bolsa em relativa estabilidade.