A coluna já chamou esta quarta-feira (13) de "dia D" para a Petrobras, passam de 20h e não se sabe o que foi definido sobre o futuro da estatal.
Mas a coluna explica: não há fumaça branca de definição, até agora, porque segue a queda de braço entre a União e os acionistas minoritários em torno do chamado "voto múltiplo". É uma nova tentativa de elevar o número de representantes de investidores privados no conselho de administração.
A coluna já havia explicado a questão em detalhes quando o tema surgiu, mas retoma aqui: atualmente, a escolha do conselho é feita em bloco, ou seja, todos os integrantes são escolhidos de forma coletiva. Se um for rejeitado, toda a composição cai, e é preciso fazer novas indicações e nova assembleia. Foi o que ocorreu no ano passado, quando um representante dos minoritários renunciou para provocar uma nova decisão.
Se o pedido para adoção de voto múltiplo for aceito, um nome ou parte da lista enviada pelo governo Bolsonaro pode ser rejeitado sem que isso interfira na aprovação dos demais. Depois da confusão que precedeu a indicação de Márcio Weber para a presidência do conselho e José Mauro Coelho para a presidência-executiva, acrescida de ataque à Lei das Estatais, que protege a Petrobras do aventureirismo, cresceu a desconfiança dos minoritários com o futuro da petroleira.
Como é o processo de mudança na Petrobras
O Ministério de Minas e Energia enviou à Petrobras uma nova lista de indicados com a inclusão dos nomes dos candidatos à presidência do conselho de administração e à presidência-executiva da empresa.
O passo atual é a aprovação dessas e das demais indicações ao conselho na assembleia-geral ordinária. Além dos sete nomes escolhidos pelo governo federal, há três eleitos pelos acionistas minoritários e um pelos empregados da estatal.
Na quinta-feira (14), está marcada a primeira reunião do novo conselho, que só então vai avaliar a indicação de José Mauro Ferreira Coelho para a presidência-executiva, em substituição a Joaquim Silva e Luna.
A íntegra da nota
Petrobras sobre voto múltiplo para a AGO
Rio de Janeiro, 11 de abril de 2022 – A Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobras, em atendimento ao disposto no artigo 30, inciso XXXIV da Instrução CVM 480/09, informa que recebeu de acionistas que detêm, em conjunto, mais de 5% das ações ordinárias da companhia, a solicitação de adoção de voto múltiplo na eleição de membros do Conselho de Administração na Assembleia Geral Ordinária (AGO) que será realizada no dia 13 de abril de 2022, de modo exclusivamente digital.
A Petrobras aproveita a oportunidade para informar que o boletim de voto à distância (BVD) divulgado aos acionistas para esta AGO já contempla a hipótese de adoção de voto múltiplo e os BVDs devidamente preenchidos e tempestivamente enviados através dos canais disponíveis terão seus votos computados na eleição para o Conselho de Administração da Companhia. Dúvidas relativas ao procedimento de inscrições na AGOE, que se encerram às 15h de hoje, podem ser esclarecidas com a área de Relacionamento com Investidores da Petrobras, através do e-mail assembleias@petrobras.com.br .