Conforme havia antecipado à coluna, Marcelo Gasparino, o único conselheiro independente eleito na última segunda-feira (12), renunciou ao cargo nesta sexta-feira (16).
A decisão foi comunicada em nota pela própria Petrobras, informando que o cargo poderá ser preenchido por um substituto eleito pelo conselho de administração atual, até que seja realizada uma próxima assembleia-geral de acionistas. Nessa ocasião, a assembleia terá de fazer nova eleição dos oito integrantes eleitos por voto múltiplo.
À coluna, Gasparino explicou seu objetivo:
— Corrigir o processo de apuração dos votos, que retirou um assento dos minoritários.
A intenção, portanto, é tentar recuperar essa vaga na próxima assembleia. Pelas regras da estatal, como todos os conselheiros eleitos em determinado momento são considerados um só bloco.
Por isso, a renúncia de apenas um provoca a necessidade de nova escolha para as demais vagas. Foi assim com Roberto Castello Branco que, além de presidente executivo, era integrante do conselho. Sua destituição, pelo presidente Jair Bolsonaro, determinou a necessidade da assembleia para escolher um novo colegiado. Isso significa que o presidente confirmado nesta sexta-feira (16), Joaquim Silva e Luna, também terá de ser reeleito, porque integra o conselho.
Gasparino havia chegado a pedir a suspensão da assembleia-geral que definiu o atual conselho apontando uma irregularidade: diferença de redação nos boletins de voto à distância disponibilizados em inglês e em português. Antes, em entrevista à coluna, o conselheiro havia deixado claro que sua missão, caso fosse confirmado, seria barrar "o uso da estatal para política de governo", conforme previsto na Lei das Estatais.