Uma das estatísticas mais abrangentes da economia, o volume de serviços prestados caiu 0,9% em novembro de 2024 ante o mês anterior, quando havia crescido de forma acentuada, 1,4%.
No ano, o setor acumula expansão de 3,2% em 11 meses, não por acaso um percentual muito perto do projetado para o PIB de 2024. Os serviços correspondem a cerca de 70% do PIB.
Como o resultado veio abaixo da expectativa do mercado, provocou debate sobre se é ou não um momento de virada rumo ao "crescimento calibrado" desejado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Para lembrar, na primeira entrevista mais longa concedida neste ano, Haddad afirmou que não basta olhar para emprego e crescimento, é preciso considerar outras variáveis e, para isso, "pode ser que o crescimento precise ser calibrado". Isso significa crescer menos para não pressionar ainda mais a inflação, por exemplo.
Como se trata de um mês isolado e sequer ainda afetado pelo choque de juro que começou em dezembro, ainda há dúvida sobre se a queda já sinaliza desaceleração da economia.
Além disso, a queda foi concentrada em transportes (-2,7%) e serviços profissionais, administrativos e complementares (-26,% na atividade que inclui contabilidade, recepção, arquivo de documentos, preparação de folha de pagamento e coworking, por exemplo).
— Apesar do dado de novembro não parecer ser um ponto de inflexão, acreditamos que o setor irá desacelerar de maneira gradual ao longo dos próximos meses, em linha com a perda de tração esperada para o PIB em 2025 — avalia Luis Otávio Leal, economista-chefe da G5 Partners.